Ao elevar a oferta de contratos de swaps (equivalente à venda futura de dólares), o Banco Central tenta reduzir a pressão sobre o dólar, intensificada nas últimas semanas pela especulação com o cenário eleitoral. Essa é a avaliação de profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

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O BC comunicou que fará na manhã desta quarta-feira (24) leilão de 15 mil contratos de swap cambial - e não de 6 mil, como vinha oferecendo - para a rolagem dos negócios com vencimento de outubro. Estão programados para vencer em 1º de outubro 133.040 contratos (US$ 6,652 bilhões) e, até a terça-feira (23) 72 mil contratos já haviam sido rolados (US$ 3,6 bilhões). Com os 15 mil diários a partir de hoje, até o fim do mês o BC rolará quase a totalidade do vencimento. Na prática, significa que dólares não serão retirados do sistema.

O mercado tende a se ajustar à nova perspectiva. Antes do anúncio do Banco Central, os investidores trabalhavam com o cenário de que, em outubro, 37.040 contratos (US$ 1,852 bilhão ou 27,84% do total) seriam retirados do mercado, já que o BC vinha mantendo os leilões diários de 6 mil contratos.

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"A ação do BC vai dar uma segurada no dólar", comentou João Paulo de Gracia Corrêa, gerente de câmbio da Correparti Corretora. "O Banco Central não teve como segurar. Com as pesquisas eleitorais, o dólar buscaria os R$ 2,45", acrescentou.

Hoje, a pressão de alta poderia se intensificar com a pesquisa eleitoral do Ibope/Estadão/TV Globo divulgada ontem, que mostrou Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) empatadas com 41% no segundo turno. "O BC teve de tomar uma atitude. Se não fizesse nada, a taxa poderia explodir", disse Corrêa.

"Essa ação do BC (de elevação da rolagem) busca atacar o foco especulativo no mercado futuro. Porque quem está operando lá agora não está em busca de hedge (proteção), mas sim de ganhar com a especulação", comentou Sidney Nehme, sócio da NGO Corretora.

Para ele, a medida do BC pode até abrir espaço a uma realização dos lucros hoje, o que se refletiria em queda do dólar ante o real. "Só que não vai resolver. Daqui a pouco a especulação volta. Ainda mais porque o Brasil continua frágil no setor externo e o dinheiro está indo embora."

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