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Agropecuária fez o caminho inverso do trimestre anterior e recuou 3,5% de julho a setembro | Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Agropecuária fez o caminho inverso do trimestre anterior e recuou 3,5% de julho a setembro| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

Para o economista e professor da USP de Ribeirão Preto Luciano Nakabashi, a economia brasileira vive uma situação "estranha" – de baixo crescimento e desemprego reduzido – e que revela erros de diagnóstico da equipe econômica do governo federal. Segundo ele, Brasília devia ter focado os problemas de produção e oferta da economia – como os gargalos logísticos e a melhora da produtividade – ao invés de priorizar os estímulos aos vários tipos de demanda. Tal comportamento, na visão de Nakabashi, causou a pressão inflacionária, que agora empurra os juros para cima, e também a demanda por salários maiores que contribuíram para a falta de competitividade que o país apresenta hoje. "Esses problemas se aliam a uma intervenção exagerada do governo na economia, gerando ainda mais incertezas e reduzindo o investimento."

A desaceleração nos investimentos, aliás, é um dos dados que mais preocupam os analistas em relação às perspectivas futuras. "É verdade que a queda dos investimentos segue três trimestres consecutivos de bons resultados, mas, ainda assim, traz uma sinalização negativa para as perspectivas de futuro. As exportações e importações seguem patinando", avalia Thaís Marzola Zara, da Rosenberg & Associados.

Índice do ano passado é revisado, mas deixa Dilma em saia justa

Com a incorporação da nova pesquisa mensal do setor de serviços do IBGE, o PIB de 2012 foi ligeiramente melhor que o 0,9% inicialmente divulgado e cresceu 1%. Todos os trimestres de 2012 e 2013 foram ajustados. Com isso, o crescimento do segundo trimestre registrou uma expansão maior, com alta de 1,8% sobre o primeiro.

A revisão do PIB de 0,9% para 1%, em 2012, pôs Dilma numa saia justa internacional. Na semana passada, em entrevista ao jornal "El País", ela havia "antecipado" que o crescimento do ano passado seria revisado para 1,5% – quase o dobro da taxa anterior, batizada de "pibinho" por críticos do governo, mas bem menos que o resultado real divulgado ontem. "Resolveram reavaliar o PIB. E o PIB do ano passado, que era 0,9%, passou para 1,5%. Nós sabíamos que não era 0,9%, que estava subestimado", disse Dilma ao jornal espanhol. A conta errada foi atribuída no Palácio do Planalto à Secretaria de Política Econômica, comandada por Márcio Rolland.

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