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O Banco Central, ao ampliar o desconto de exigibilidade no recolhimento de compulsório que os bancos fazem sobre depósitos a prazo, de poupança e recursos vista, atende a pequenas instituições financeiras, em meio ao estreitamento do acesso aos recursos externos. A avaliação é do economista Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do BC.

Com essa medida, a autoridade monetária deixará de recolher dos bancos R$ 5,2 bilhões de depósito compulsório. O adiamento do cronograma de recolhimento compulsório de depósitos de empresas de leasing vai permitir que R$ 8 bilhões fiquem disponíveis no sistema financeiro por mais tempo.

A primeira medida atinge mais os pequenos bancos porque estes têm uma quantidade menor de depósitos comparada com as grandes instituições financeiras e portanto o abatimento tem um impacto maior. Alivia para os bancos de menor porte nesse cenário de estreitamento do crédito, disse Freitas.

O economista lembrou que a redução do crédito disponível se deve ao agravamento da crise financeira internacional, com o anúncio da quebra do banco de investimento americano Lehman Brothers no último dia 14. Com o problema do Lehman Brothers houve uma inquietação nos mercados e os investidores retiraram os depósitos dos bancos americanos e europeus. Com isso, os bancos pararam de emprestar e não renovaram mais os empréstimos e isso se reflete aqui porque somos tomadores de recursos externos, afirmou o economista.

Freitas disse ainda que não se surpreenderia se na próximo reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) não houvesse mais aumento, nem redução, da taxa básicas de juros, a Selic. A taxa é usada pelo Banco Central para controlar a inflação, restringindo o acesso ao consumo por meio do encarecimento do crédito. Para Freitas a crise americana já gera contração e encarecimento do crédito. A inflação já está murchando por si só afirmou.

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