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Em uma convenção na Argentina, Lula fez duras críticas à agência Standard & Poor’s | PAULO WHITAKER/REUTERS
Em uma convenção na Argentina, Lula fez duras críticas à agência Standard & Poor’s| Foto: PAULO WHITAKER/REUTERS

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou sua participação num seminário sobre responsabilidade social na capital argentina para minimizar a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor’s de tirar o grau de investimento do Brasil. Para Lula, o rebaixamento “não significa nada”.

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“É importante que a gente tenha em conta de que o fato de que eles diminuíram o ‘investment grade’ de um país não significa nada, significa que apenas a gente não pode fazer o que eles querem” declarou Lula, para uma plateia de empresários, acadêmicos, diplomatas e funcionários do governo Cristina Kirchner, entre outros, no centro de convenções La Rural, em Buenos Aires.

A opinião, no entanto, é bem diferente da expressada por ele quando o Brasil conquistou o selo, em 2008. Naquela ocasião, Lula declarou que o investment grade indicava que o país havia sido declarado “um país sério”

O ex-presidente, que falou durante mais de uma hora, fez duras críticas à S&P: “Eu fico pensando: é engraçado, como é que eles têm facilidade para tomar medidas quando a dor de barriga é na América Latina. Ou seja, todo mundo sabe quantos países da Europa estão quebrados e eles não têm coragem de diminuir o ‘investment grade’ de nenhum país.”

Durante vários momentos de seu discurso, Lula questionou a aplicação de políticas de ajuste. Ao comentar o rebaixamento anunciado na última quarta-feira (9) pela agência americana, o ex-presidente disse, ainda, que “quando eles diminuem, vem a receita: mais arrocho, mais ajuste, mais desemprego, mais corte de gastos... Não vem nunca mais educação, mais profissionalismo, mais investimento”.

Lula pediu tranquilidade à audiência argentina em relação à crise econômica mundial. De acordo com o ex-presidente, “neste momento é importante a gente ter em conta que não existe mágica, existem decisões a ser tomadas... os empresários devem ser convidados, os trabalhadores devem ser convidados”. Em reiteradas oportunidades, o ex-presidente citou e questionou políticas de cortes de gastos:

“A mim me assusta muito a visão de todos aqueles que , no primeiro sintoma de uma crise, começam a falar em ajuste e ajuste significa corte de salários, significa corte de emprego, significa você voltar ao patamar de miséria que você estava para você recuperar a economia”, disse Lula.

O ex-presidente assegurou que “a última experiência que nós temos, antes de chegarmos ao governo em 2003, era de que todas as experiências de ajuste que foram feitas nas décadas passadas levaram todos os países ao empobrecimento”.

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