O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira (18) para investidores, em Nova York, que é "viável" trazer a inflação para 4,5% em 2009. "A queda recente da inflação corrente e das expectativas reforça que é viável trazer a inflação de volta à meta em 2009", disse, acrescentando que a mudança nas expectativas mostra a credibilidade do BC.
"A única forma de ver que um BC está comprometido é ver expectativas de inflação caindo. Com isso o custo da política monetária é menor", ressaltou.
Meirelles, que participou de evento na Câmara de Comércio Brasil-EUA, na cidade americana, ressaltou que a projeção do mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2008 caiu, segundo a pesquisa Focus divulgada nesta segunda, de 6,45% para 6,44%.
Para 2009, porém, a projeção mantém-se em 5%. "Já existem sinais de que a política monetária começou a influenciar as expectativas de inflação", disse. Este fato, reiterou, também ilustra que a economia do País desfruta dos benefícios da estabilidade.
O centro da meta da inflação para este ano e o ano que vem é de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima.
Câmbio
O presidente reafirmou que BC está comprometido com a meta de inflação e que não tem meta para a taxa de câmbio. "O BC tem compromisso de não influenciar a tendência do mercado de câmbio", afirmou. O presidente enfatizou, no entanto, que o nível de reservas internacionais permite ao BC enfrentar questões de volatilidade no mercado de moedas, se necessário.
Meirelles enalteceu ainda a condição que o Brasil alcançou de credor externo líquido, com o setor público credor em moeda estrangeira. "Trata-se de uma mudança estrutural, fundamental em relação ao passado de vulnerabilidade fiscal e externa", afirmou.
O presidente do BC disse que além de inflação na meta em 2009, a expectativa é de câmbio flutuante e balança de pagamentos mais saudável que no passado. Meirelles ponderou que está ficando claro que pode haver desaceleração global, mas acrescentou que o Brasil está em melhor condição para enfrentar os cenários benigno e "menos benigno". Ele acrescentou ainda que a atividade econômica do País permanece robusta.
Estabilidade
Os benefícios da estabilidade econômica brasileira também foram destacados hoje pelo presidente do Banco Central. Ele observou que o País desfruta de crescimento estável, sem arrancadas e paradas repentinas, e tem sido alimentado pela demanda, que tem de desacelerar.
"A estabilidade do crescimento tem sido alimentada pelo aumento do emprego formal e renda real maior do trabalhador", completou Meirelles, que participa de evento na Câmara de Comércio Brasil-EUA.
Uma vez com crescimento estável, citou o presidente, a demanda precisa desacelerar. Ele mostrou tabelas indicando que setores sensíveis ao crédito, como vendas de veículos, cresceram a taxas maiores que 22% nos primeiros três meses do ano.
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