O serviço veterinário do Paraguai começou ontem um novo processo de vacinação de seu rebanho bovino em quatro departamentos (províncias), três deles na fronteira com o estado brasileiro de Mato Grosso do Sul, onde foram detectados focos de febre aftosa. A vacinação se somará à realizada em 24 de outubro, em Canindeyú, também vizinha ao Mato Grosso do Sul, onde foram descobertos os primeiros casos da doença no Brasil.
Fontes do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) disseram que a nova vacinação preventiva inclui o gado dos departamentos de San Pedro (centro), Concepción, Alto Paraná e Amambay, estes três fronteiriços com o Brasil. Esses quatro departamentos têm um rebanho de gado bovino de cerca de 2,9 milhões de cabeças, de um total de 9,5 milhões de todo o país.
O processo da nova vacinação contra a aftosa, recomendada em uma recente reunião de especialistas do Cone Sul realizada na Bolívia, levará um mês e incluirá a participação dos produtores.
O Brasil, que considera sob controle a doença no Mato Grosso do Sul (no Paraná, também limítrofe com o Paraguai, a aftosa não foi encontrada), confirmou vários focos de aftosa no mês passado, vários deles em fazendas situadas a apenas quatro quilômetros da fronteira com o Paraguai.
O foco da doença causou grandes prejuízos econômicos ao Brasil, principal exportador de gado bovino no mundo. O Paraguai, por sua vez, teve o mercado chileno fechado para suas exportações procedentes do departamento de Canindeyú. O Chile, um dos principais destinos da carne bovina paraguaia, enviou uma missão para verificar a barreira sanitária montada pelas autoridades locais nesse departamento, assim como vários organismos regionais.
Apesar do episódio registrado no Brasil, a produção de carne no Paraguai, que se fortaleceu nos últimos anos até chegar a ser a principal fonte de receita atrás da soja, ganhou novos mercados. "Acabamos de receber novas certificações para exportar carne suína à Angola e carne bovina à Ucrânia, ou seja, temos mais mercados", afirmou o presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, em declarações à Rádio Mil. (Agência EFE)
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