Cerca de 470 pessoas aderiram ao plano de demissões voluntárias (PDV) da fábrica da Renault, em São José dos Pinhais. A informação é do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). A companhia não se manifestou sobre a adesão ao programa, que começou em 22 de janeiro e foi concluído no último dia 13.
A montadora vem reduzindo seu quadro de pessoal desde o ano passado, quando 500 trabalhadores temporários não tiveram seus contratos renovados e deixaram a empresa. Agora, após o PDV, o número de funcionários caiu para aproximadamente 5,5 mil.
Segundo a Renault, o objetivo do PDV era adequar os volumes de produção à queda das vendas no mercado doméstico e nas exportações. A empresa foi especialmente afetada pela crise econômica na Argentina, principal cliente no exterior, que fez suas receitas de exportação despencaram 45% no ano passado, para US$ 648 milhões.
Os metalúrgicos dispensados trabalhavam nas linhas de produção de carros de passeio e veículos utilitários. Além das verbas rescisórias legais, eles receberam um salário nominal para cada ano completo trabalhado na empresa – os que tinham mais de dez anos de casa ganhariam mais dois ou três salários extras – e terão direito a seis meses de plano de saúde.
Crise disseminada
O corte de pessoal da Renault foi o maior dos últimos meses entre as montadoras paranaenses. Em dezembro, a fabricante de ônibus e caminhões Volvo demitiu cerca de 200 pessoas e, em janeiro, a Case New Holland (CNH), que produz máquinas agrícolas, dispensou 270 funcionários.
A fábrica paranaense da Volkswagen, por sua vez, tem mais de 400 trabalhadores com os contratos suspensos, no regime de layoff. Os demais estão em férias coletivas porque a empresa alemã parou a produção por um mês, até meados de março, para preparar suas linhas para a montagem de novos modelos.