Os fundos Advent, GP Investments e a trading de energia e commodities Vitol, com sede na Holanda, estão no páreo para a compra, dessa vez, de parte relevante da BR Distribuidora, que pertence à Petrobras, apurou o jornal “O Estado de S. Paulo”. Uma fonte a par do assunto afirmou que os desfechos de uma possível proposta deverão ser analisados a partir do fim do mês. “Nesse novo formato, a BR pode ceder e ter a gestão compartilhada”, afirmou a fonte.
Líder em distribuição de combustíveis no país, a BR Distribuidora é avaliada em até R$ 30 bilhões, segundo essa mesma fonte. “Os primeiros movimentos da companhia foram frustrantes. A estatal tentou fazer no ano passado oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês), mas não avançou. Depois, manifestou desejo de vender uma participação minoritária”, disse outra pessoa a par do assunto.
A distribuidora de combustíveis atraiu interesse de vários investidores – estratégicos nacionais e multinacionais, além de financeiros. Os fundos Advent e GP, além da Vitol, já tinham manifestado intenção de compra. Mas como o modelo anterior previa a entrada de um investidor como acionista minoritário, com até 25% de fatia, não interessou aos investidores.
Em recente entrevista ao jornal, o grupo Ultra, dono da rede de postos Ipiranga, também afirmou ter interesse na BR, desde que o ativo fosse fatiado, para evitar problemas de concentração. Para o Ultra, importavam os ativos da região Norte e Nordeste. A gestora canadense Brookfield e outras petroleiras também se interessaram pela empresa.
No fim do ano passado, a BR chegou a abrir um processo para buscar um executivo de mercado para presidir a companhia, segundo fontes. Dezenas de profissionais, incluindo os de empresas concorrentes, foram consultados. No entanto, o processo não avançou. Ivan de Sá é o presidente interino.
Oportunidades
Nesta quinta-feira (14), durante evento na sede da Petrobras, o presidente da estatal, Pedro Parente, afirmou que analisa as condições de três propostas apresentadas para a compra de participação na BR Distribuidora, mas não descarta “outras alternativas”.
O executivo não revelou quais são os interessados.
No último mês, a direção da empresa apresentou ao conselho de administração estudos para ampliar a fatia de participação à venda, chegando a 50% com gestão compartilhada. Parente não quis dar detalhes das propostas em análise, mas indicou que avalia as que representam “o melhor valor” para a empresa.
Após a mudança de governo, entretanto, teria crescido na estatal a preferência por um modelo de controle compartilhado com um sócio privado. Parente afirmou que, até o momento, “foi feito pouca coisa” do plano de desinvestimentos desenhado pela estatal no ano passado. A meta é chegar a US$ 14 bilhões somente neste ano. Procuradas, Advent, Vitol, GP e Brookfield não comentaram.
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