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Desinvestimento

Petrobras definirá venda de ativos sob protesto dos trabalhadores

Diante da necessidade de caixa, o conselho de administração da Petrobras deverá definir, já na sexta-feira (24), as vendas de ativos com nível mais avançado de negociação. A avaliação interna é que há uma aceleração nas negociações, para garantir as vendas e demonstrar ao mercado a viabilidade do plano de arrecadar US$ 57 bilhões com os desinvestimentos, até 2018.

Entre os ativos na pauta, estaria prevista a deliberação sobre a Gaspetro. Em protesto, os sindicatos da categoria já confirmaram uma greve de 24 horas na sexta-feira e não descartam um movimento por tempo indeterminado. Essa subsidiária está em negociações avançadas com a Mitsui Gás e Energia, que estaria interessada em adquirir participações nas distribuidoras estaduais onde já tem ações. A empresa não comenta as negociações.

Ao longo do mês, as companhias interessadas nos ativos apresentaram à estatal suas propostas. Internamente, há a expectativa de que uma definição ocorra após a deliberação do conselho de administração. Entre as opções estudadas pela petroleira estava a oferta de participações nas empresas agrupadas por regiões de atuação. A Gaspetro tem ações em 19 das 26 distribuidoras, com participações que variam entre 27% e 49%. A subsidiária também tem participações majoritárias em gasodutos e termoelétricas, que também serão vendidos.

Apesar do avanço interno no debate sobre a reestruturação da empresa, o tema não deverá ser abordado na reunião. Estão em estudo mudanças na estrutura de governança, nos processos internos da companhia e também na hierarquia entre as unidades de negócio. O estudo também indica a possibilidade de corte em áreas de negócio, como ocorreu com a área internacional e petroquímica.

O tema também é uma das críticas dos trabalhadores à nova direção da empresa, que questionam também a venda de ativos da estatal. Durante a deliberação sobre os desinvestimentos, os conselheiros serão alertados da ameaça de greve por tempo indeterminado.

A continuidade do movimento dependerá de uma resposta da direção da empresa. Em agosto, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) realizará reunião com os sindicatos para definir a greve. “A categoria está dando um grito de alerta contra a venda de ativos, as perda de direitos e as demissões de prestadores de serviços”, disse o diretor do Sindipetro no Rio, Emanuel Cancella.

Nesta quarta-feira (22), está prevista manifestação na sede da empresa, em São Paulo. Desde a última semana, a categoria tem realizado protestos e provocado atrasos na operação em unidades do segmento de Exploração e Produção da Petrobras no Rio, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte. Os manifestantes bloquearam o acesso às unidades, impediram o embarque em heliportos de Campos e atrasaram o início dos turnos no Terminal Aquaviário da Baía de Guanabara (TABG), no Rio.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) também foi comunicado sobre a greve. No documento, os trabalhadores reivindicam a manutenção de investimentos em campos maduros, continuidade das obras de Abreu e Lima, Comperj e da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados, e a não abertura de capital de subsidiárias, além de exigir que a Petrobras permaneça como operadora única dos campos do pré-sal.

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