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Combustíveis

Petrobras diz que precisará de novos reajustes da gasolina

Os preços dos combustíveis precisam de novos reajustes ao longo dos próximos anos para a Petrobras conseguir realizar os investimentos previstos no Plano de Negócios 2012/2016. Essa foi a mensagem clara da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, ao detalhar nesta segunda-feira ao mercado o plano de negócios da companhia, que prevê investimentos de US$ 236,5 bilhões.

"O plano aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras pressupõe paridade de preços internacionais", disse Graça Foster. Segundo a executiva, o reajuste dos combustíveis que entrou em vigor nesta segunda-feira (25) nas refinarias - a gasolina foi reajustada em 7,83% e o óleo diesel aumentou em 3,94%, sem efeito nos postos - não elimina totalmente a defasagem dos preços praticados no Brasil em relação ao mercado internacional, mas ajudará a companhia a seguir com seu programa de investimentos.

Os aumentos não serão repassados ao consumidor porque o governo zerou a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), tributo cobrado sobre combustíveis. Segundo cálculos do economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, a medida aumentará o caixa da Petrobras em torno de R$ 420 milhões por mês.

Segundo Graça Foster, os investimentos serão realizados com uma série de fatores além dos preços dos combustíveis, mas também contando com a redução de custos na sua realização, o preço do petróleo, os atrasos nas obras. "O controlador aprovou o plano de US$ 236,5 bilhões, em que o primeiro item é a paridade de preços. O tempo todo, nós não passamos a volatilidade ao consumidor, e vamos continuar não passando. Agora, vamos estar sempre que necessário, pelo menos uma vez por mês, mostrando ao nosso controlador, a nossa condição de dar continuidade aos nossos projetos", afirmou Graça Foster.

Graça Foster prevê que o preço do petróleo do tipo Brent seja de US$ 110,82 por barril em 2012, na média, e caia para um patamar de US$ 90 no longo prazo. Os investidores receberam mal os anúncios da companhia, e as ações da Petrobras despencaram 7,5% na manhã desta segunda-feira. O desempenho da empresa acabou arrastando para baixo o índice Ibovespa, da Bolsa de São Paulo, onde tem peso de 11%. A empresa pretende manter seu nível de endividamento abaixo de 35% em relação ao seu capital.

O Plano de Negócios prevê uma redução de 1 milhão de barris de petróleo na nova curva de produção. A projeção anterior era de uma queda de 700 mil barris por dia. A baixa eficiência da bacia de Campos, de onde provém a maior parte do petróleo extraído no Brasil, é uma das principais causas da redução da curva de produção projetada pela Petrobras para os próximos anos.

Graça Foster disse que as metas de produção da Petrobras estão agora mais "realistas". A empresa não conseguiu cumprir os objetivos projetados nos anos anteriores porque eles eram muito ousados, afirmou ela.

O novo plano de negócios detalhado nesta segunda foi anunciado no último dia 14 e é o primeiro sob o comando de Graça Foster, que chegou à presidência da estatal em fevereiro. Segundo o diretor de Exploração e Produção da estatal, José Formigli, a empresa tem 19 novos projetos de produção de petróleo até 2016 e 38 projetos previstos até 2020. No curto prazo, entretanto, a companhia terá que lidar com atrasos nas entregas das sondas. Metade das 14 sondas esperadas pela Petrobras para este ano estão atrasadas, disse o diretor de Exploração e Produção. Graça Foster afirmou que o fato de haver menos projetos em etanol no plano da estatal para os próximos quatro anos ocorre em função de poucas oportunidades efetivas de investimento.

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