A Petrobras firmou um contrato com o Peru nesta terça-feira para a exploração de petróleo e gás e disse não temer que o próximo governo peruano nacionalize o setor como ocorreu na vizinha Bolívia.
Com a assinatura desse contrato, a Petrobras vai buscar petróleo ou gás em um lote em Loreto, no norte do Peru, na fronteira com o Equador e a Colômbia. Os investimentos serão de pelo menos US$ 35 milhões, de acordo com autoridades locais.
- Nossa posição de investir no Peru não é consequência do que acontece na Bolívia, e sim pelas excelentes condições, pela situação política e pelo respeito a contratos que são vistos no país - disse o gerente-geral da subsidiária da Petrobras, Pedro Grijalba, após assinar o documento.
O presidente Evo Morales anunciou no começo de maio a nacionalização do setor de hidrocarbonetos na Bolívia, onde a Petrobras é a maior investidora estrangeira e explora campos de gás natural, opera dutos e duas refinarias.
No Peru será eleito um novo presidente em 4 de junho, com uma votação entre o nacionalista Ollanta Humala e o ex-presidente Alan García. Ambos anunciaram que vão revisar os contratos do setor de petróleo ou avaliar novos impostos.
- Em nenhum caso escutei uma medida radical, o que estão tratando de conseguir os dois candidatos é uma melhor participação do Estado no negócio, que até é possível de conseguir - afirmou Grijalba a jornalistas.
A Petrobras produz petróleo em um lote na costa norte e explora hidrocarbonetos em outras três jazidas no norte e no sul do Peru.
Investimentos planejados
Grijalba disse que a Petrobras planeja investir entre US$ 65 milhões e US$ 70 milhões este ano nos programas de exploração e exploração dos hidrocarbonetos no Peru.
No ano passado, o investimento da estatal brasileira foi de cerca de US$ 50 milhões, segundo a companhia.
Para os analistas, um dos depósitos mais promissores explorados pela Petrobras é o Lote 58, localizado no sul de Camisea que tem atualmente reservas de 13 bilhões de pés cúbicos de gás e 600 milhões de barris de líquidos.
Camisea é explorado por dois consórcios liderados pelas argentinas Pluspetrol e Techint, com planos para exportar gás natural ao México e aos Estados Unidos a partir de 2009.
Grijalba afirmou que no Lote 58, a Petrobras trabalhará neste ano em um estudo de impacto ambiental na busca de uma permissão para iniciar avaliações sísmicas.
O executivo acrescentou que a Petrobras está interessada em desenvolver instalações petroquímicas no Peru para aproveitar o gás e que, para isso, conversa com as empresas que exploram o gás, como o consórcio da Pluspetrol.
- Estamos estudando. O que fazemos é avaliar essa possibilidade e isso requer reservas de gás adequadas - acrescentou.
- Instalações desse tipo exigem investimentos de 1 bilhão ou 2 bilhões de dólares - estimou Grijalba.
Na América Latina, a Petrobras tem presença no México, Chile, Argentina, Colômbia, Venezuela, Uruguai, Paraguai e Equador.
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