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Petróleo

Petrobras fez pressão para ficar com blocos

Brasília - A nova Lei do Petróleo foi concebida dentro da visão nacionalista do presidente Lula e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rous­seff, mas teve forte influência de executivos da Petrobras na definição da sua modelagem operacional – eles conseguiram convencer o presidente de que era preciso fortalecer a estatal.

Um grupo pequeno, comandado por Dilma e pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lo­­bão, estudou nos últimos 14 me­­ses o novo modelo de exploração do petróleo. A outros setores o governo fez basicamente consultas técnicas e não convidou em­­presários, especialistas e políticos para debater a proposta.

O centro das discussões foi a comissão interministerial criada por Lula para cuidar do assunto, em julho do ano passado, com a orientação de montar um modelo com forte controle estatal. Surgiram, daí, os primeiros em­­bates internos com a Petrobras. Dilma e o ministro Edison Lobão, que trabalharam em parceria, defendiam um limite.

A Petrobras, naquele mo­­mento, reivindicava todos os prin­­cipais campos do pré-sal como recompensa por ter sido a "descobridora" da reserva. A ideia foi rechaçada. Dilma e Lobão passaram a defender a criação de uma nova estatal, con­­trolada totalmente pela União, copiando o modelo no­­rueguês adotado depois que o país nórdico descobriu grandes reservas de petróleo.

A Petrobras insistiu na tese de que precisava ter a garantia, então, de participar de todos os campos. Apesar da resistência inicial, a estatal teve êxito. Ao final, ela ganhou o status de operadora única dos campos e garantiu que o presidente Lula batesse o martelo em sua proposta de ficar com no mínimo 30% dos consórcios.

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