Horas antes do anúncio do rebaixamento da nota de risco pela agência Standard & Poors, a diretoria da Petrobras, liderada pela presidente Graça Foster, deu sinalizações positivas para alguns dos pontos considerados mais delicados pelos analistas que acompanham a situação financeira da estatal.
Graça Foster informou, segundo os analistas, que haverá reajuste de combustíveis ainda em 2014, contrariando a visão dos mais pessimistas, que achavam improvável um aumento em ano eleitoral. Embora a declaração tenha sido dada antes do anúncio da S&P, o rebaixamento do rating da Petrobras para BBB- pode ajudar a estatal a alcançar esse objetivo, uma vez que reajustes são considerados fundamentais para equilibrar as finanças da companhia.
Graça Foster também teria indicado que as refinarias Premium no Nordeste não serão construídas a qualquer preço. O projeto deve ter como pilares a possibilidade de venda de combustíveis a preços compatíveis com valores internacionais e um custo de construção competitivo. Ao restringir investimentos como esses, a estatal abre a perspectiva de que os investimentos previstos de 2014 a 2018 possam ser inferiores aos US$ 220,6 bilhões anunciados no mês passado
Ações
As ações da Petrobras mantiveram trajetória de valorização ontem (25), mesmo após a decisão da Standard and Poors (S&P) de rebaixar a nota da estatal, na sequência da redução do rating do Brasil de BBB para BBB-.
As ações preferenciais fecharam em alta de 0,56%, negociadas a R$ 14,48. Já os papéis ordinários subiram 0,79% e encerraram o dia a R$ 14,05. Desde 17 de março, quando atingiram o menor patamar desde 2005, as ações acumulam valorização de 15,2% no caso das preferenciais e de 16,9% nas ações ordinárias.
A alta de terça-feira, 25, pode ser considerada surpreendente, após o anúncio da S&P, mas é fundamentada numa combinação de fatores, segundo operadores e analistas consultados pelo Broadcast, serviço de informações da Agência Estado.
Uma das razões para a alta é a indicação dada por Graça Foster de que o preço dos combustíveis será reajustado este ano.
Outra razão é o próprio preço das ações, classificadas pelo Credit Suisse como "baratas o bastante" duas semanas atrás. Na oportunidade, a instituição usou essa expressão para justificar a alta na recomendação.
De acordo com um profissional do mercado financeiro, que pediu para não ser identificado, o importante era que o País não perdesse o grau de investimento, o que ameniza a reação negativa do mercado em relação ao anúncio da S&P. Além do Brasil e da Petrobras, a Eletrobras também teve seu rating rebaixado. A elétrica, porém, se destacou entre as maiores baixas, com queda de 3,07% nas ações preferenciais e 1,86% nas ordinárias. Colaborou Sabrina Valle. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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