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Petrobras pretende vender até 10% da área de Libra no pré-sal

O primeiro fluxo de petróleo do campo de Libra é esperado para o primeiro trimestre de 201 | Ueslei Marcelino/Reuters
O primeiro fluxo de petróleo do campo de Libra é esperado para o primeiro trimestre de 201 (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

A Petrobras está oferecendo até um quarto de sua participação de 40% na enorme área de exploração de petróleo de Libra, no pré-sal, conforme busca reduzir sua dívida, considerada a maior da indústria petrolífera no mundo, disseram duas fontes do setor na terça-feira (8).

A parcela pode valer até US$ 1,5 bilhão, de acordo com analistas da Macquarie, e é provável que atraia companhias internacionais de petróleo ansiosas para expandir atividades em uma das bacias com desenvolvimento mais rápido do mundo.

A Petrobras tem como meta alienar US$ 15,1 bilhões até o fim do próximo ano, mas têm tido dificuldades para vender ativos em prospecções menos atrativas no Brasil e no Golfo do México.

O presidente-executivo da estatal, Aldemir Bendine, disse ao Congresso brasileiro que a petroleira não será capaz arcar com a obrigações de sua dívida de mais de US$ 130 bilhões e manter um plano de investimentos de US$ 19 bilhões no ano que vem, a menos que atinja a meta de venda de ativos.

A companhia está agora oferecendo prospecções mais atrativas de petróleo nas chamadas áreas de pré-sal na bacia de Santos, no sul do Rio de Janeiro, disseram várias fontes da indústria. Essas áreas contêm amplas reservas embaixo de uma camada de sais minerais em áreas profundas do leito do oceano.

A Petrobras não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.

“A Petrobras finalmente percebeu que os ativos que estava oferecendo não eram atrativos como pensou que fossem e decidiu oferecer oportunidades que provavelmente devem valer um preço maior”, disse uma das fontes da indústria.

Fatias

A Petrobras fez um pagamento adiantado de R$ 6 bilhões por sua parcela de 40% na área de Libra, vendida em 2013 no primeiro leilão do pré-sal dentro do regime de partilha, no qual a estatal tem que ser obrigatoriamente a operadora e deter uma parcela mínima de 30%.

A Royal Dutch Shell, que pode se tornar a maior investidora estrangeira no Brasil após a concretização de sua proposta de fusão de US$ 70 bilhões com a BG Group, e a francesa Total têm cada uma parcela de 20% em Libra. A China National Petroleum e a chinesa CNOOC detém 10% cada.

O primeiro fluxo de petróleo do campo de Libra é esperado para o primeiro trimestre de 2017. O governo estima que Libra tem entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris recuperáveis equivalentes de óleo e gás natural.

Analistas da Macquarie, que avaliam a Petrobras como “underperform”, alertaram sobre a capacidade da empresa de manter seu plano de venda de ativos.

“Nós mantemos nossas preocupações sobre a capacidade da Petrobras de entregar seu plano de divestimentos de curto prazo (US$ 15,1 bilhões) e médio prazo (US$ 42,6 bilhões)”, disseram ele.

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