Rio de Janeiro A Petrobras reajustou em 9% o preço do gás natural importado da Bolívia para distribuidoras. O reajuste é imediato, mas o porcentual se refere ao aumento em dólares. O preço cobrado pela estatal passará de US$ 5,5 por milhão de BTU (Unidade Térmica Britânica) para US$ 6 por milhão de BTU, já considerando o transporte. O valor em reais só será definido com a cotação da moeda americana no fim do mês.
O repasse para o consumidor ainda não está acertado. O aumento depende da política comercial de cada distribuidora. A nova diretora da área de Gás da Petrobras, Maria das Graças Foster, destacou, no entanto, que o efeito cambial tende a reduzir o reajuste para o consumidor. Segundo Foster, o setor tem de buscar rentabilidade nos negócios sem pressionar o consumidor.
Na primeira entrevista após assumir o cargo para divulgar as estratégias e os investimentos previstos no Plano de Negócios 2008-2012 , ela ressaltou que pretende conjugar rentabilidade com sustentabilidade, mas que o consumidor não pode ser punido. "Só podemos investir se houver equilíbrio entre produtor e usuário final", disse.
Maria das Graças afirmou que sua tarefa na diretoria será implementar os projetos dentro do prazo previsto. A diretoria conta com US$ 18,2 bilhões em investimentos no plano estratégico no período de 2008 a 2012. "Nunca tivemos recursos tão grandes e tão claramente explicitados no plano de negócios de atuar de forma integrada na área de gás", disse.
Ela destacou ainda que pretende aumentar a malha de gasodutos até 2009. "O gás não tem sotaque se tivermos uma malha integrada", disse. Atualmente o Brasil tem capacidade para importar cerca de 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
A Área de Gás e Energia investirá, até 2012, US$ 6,4 bilhões, dos quais US$ 4,5 bilhões serão destinados à ampliação da malha de gasodutos e à construção de terminais de regaseificação de Gás Natural Liqüefeito (GNL).
Suprimento
Para 2012, a Petrobras tem como meta atender, em média, à demanda de 86 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural para o mercado não termoelétrico (industrial, veicular residencial e comercial), e até 48 milhões para o mercado termoelétrico. Em 2006, foram consumidos no total cerca de 46 milhões de metros cúbicos/dia do insumo; e, em 2012, a meta é atender a uma demanda de 134 milhões.
Para atender à demanda brasileira de gás natural, a meta da Companhia para 2012 é ofertar 72,9 milhões metros cúbicos/dia de gás produzidos no território nacional, continuar importando 30 milhões metros cúbicos/dia da Bolívia e complementar a oferta com até 31,1 milhões via GNL.