Opinião
A encolhida do Paraná
Um exame atento das estatísticas das contas regionais do Brasil relativas ao período 2002-2008, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirma a pressuposição de que a economia paranaense não acompanhou, de forma plena, o ciclo de recuperação do crescimento, registrado pelo país, em linha com a fase de maior expansão da economia mundial desde a Segunda Guerra Mundial e com a impulsão do consumo doméstico, movida a salários e crédito, especialmente a partir do fim de 2005.
Apesar de o Produto Interno Bruto paranaense ter crescido 4,3% entre 2007 e 2008, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná perdeu participação no PIB nacional, caindo de 6,1% em 2007 para 5,9% em 2008. O crescimento do estado ficou abaixo da média nacional, de 5,2%, deixando-o na 19.º posição no ranking de crescimento do PIB estadual.
Segundo Alessandra Soares da Poça, técnica de contas regionais do instituto, a crise econômica internacional de 2008 e o fraco desempenho do agronegócio explicam a perda na participação. "No último trimestre de 2008 houve um forte impacto em razão da crise, já que o Paraná é um estado com muitas indústrias", explica. "A atividade agropecuária, setor tradicional e forte no estado, também cresceu abaixo da média. E, como o ano foi bom para outros estados produtores, o Paraná sofreu com isso", complementa.
De acordo com os dados do IBGE, a economia paranaense movimentou aproximadamente R$ 180 bilhões em 2008, com aumento de 4,3% em relação aos R$ 168 bilhões de 2007. Assim, o Paraná manteve a segunda posição na Região Sul, atrás do Rio Grande do Sul cujo PIB cresceu apenas 2,7% em 2008, ficando pouco abaixo da casa dos R$ 200 bilhões. Santa Catarina teve crescimento de 3% e movimentou pouco mais de R$ 123 bilhões.
"Enquanto o Centro-Oeste é ancorado na agricultura, os estados do Sul são bem diversificados. Esse fator ajuda bastante. Se um setor baixar, outro que tiver crescimento pode compensar", diz Alessandra.
A pesquisa completa do IBGE é divulgada com dois anos de atraso. Porém, segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), o Paraná registrou uma queda de 0,5% no PIB em 2009, o pior resultado da série histórica iniciada em 1996.
Destaque nacional
O principal destaque da pesquisa divulgada pelo IBGE é o Piauí. O estado teve a maior alta na taxa de crescimento real do PIB, com variação de 8,8%. Mesmo assim, o Piauí manteve participação relativamente baixa no PIB nacional, com 0,6%, apenas 0,1 ponto porcentual a mais que em 2007.
Assim como nos últimos 13 anos, São Paulo ocupa a primeira posição no ranking de participação do PIB nacional, com 33,1%, queda de 0,9 ponto porcentual em relação a 2007. Mesmo assim, o estado registrou crescimento do PIB de 5,9% e superou, pela primeira vez, a marca de R$ 1 trilhão.
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