A economia chinesa cresceu 7% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, o menor avanço desde o início de 2009, quando a economia do gigante asiático sofria os efeitos da crise global.

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O dado mostra as dificuldades da segunda maior economia mundial de manter o ritmo em um período de queda nas exportações, em que o setor imobiliário vive dificuldades e em que a indústria tem excesso de produção.

“Nós estamos enfrentando uma situação internacional complicada e uma maior pressão negativa na economia doméstica”, disse o instituto de estatísticas chinês ao divulgar o resultado.

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No ano passado, o país cresceu 7,4%, o pior resultado desde 1990, e o premiê Li Keqiang, no mês passado, reduziu a meta de expansão do PIB do país em 2015 para “cerca de 7%” – a meta anterior era de “cerca de 7,5%” e vinha sendo atingida com folga na maior parte das últimas três décadas.

A desaceleração chinesa é vista como inevitável por analistas, à medida que o país muda o seu modelo econômico: menos voltado para a indústria (como é hoje) e mais para o consumo interno e para o setor de serviços.

Essa mudança já é sentida por países como o Brasil, que tem na China seu principal comprador. As exportações para o país asiático caíram 11,8% no ano passado e tiveram efeito no preço de produtos como minério de ferro.

Mas Pequim quer impedir uma freada muito brusca, que poderia intensificar o desemprego e ameaçar a estabilidade financeira.

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O banco central chinês já cortou a taxa de juros duas vezes desde novembro, visando estimular investimentos. Porém, analistas dizem que as empresas se mostram reticentes em fazer novos financiamentos, mesmo com juros mais baratos, porque a demanda continua fraca e muitas dessas companhias estão altamente endividadas.

Para o FMI, que prevê crescimento de 6,8% do PIB chinês neste ano e de 6,3% em 2016, a desaceleração chinesa é positiva.

Segundo o Fundo, um ritmo menor de crescimento significa que Pequim não vai adotar uma política de “crescimento a qualquer custo”.

“Isso tem um efeito negativo no crescimento da economia no curto prazo, mas há benefícios no médio prazo, porque há um crescimento menor do crédito e uma redução de desequilíbrios”, disse Gian Maria Milesi-Ferretti, economista do FMI.