Dos setores produtivos do PIB (Produto Interno Bruto), a indústria teve a maior queda percentual no ano passado, de 6,2%, segundo os dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (3). É uma queda sem paralelo na história recente da economia.
O PIB da indústria encolheu 1,4% frente ao terceiro trimestre do ano passado, completando sete trimestres seguidos de baixa, o que nunca foi registrado desde, pelo menos, o início da década de 1980. Frente ao mesmo período de 2014, o PIB do setor registrou uma queda de 8%.
“A indústria foi afetada por juros mais altos e crédito crescendo menos, entre outros fatores. Além disso, o governo tirou incentivos no começo do ano de 2015, voltando as patamares anteriores, o que prejudicou a indústria”, disse Rebeca Palis, gerente das Contas Nacionais trimestrais do IBGE.
Dos setores da indústria, a de transformação registrou uma queda de 9,7% no ano passado. Por dentro do resultado, os destaques negativos ficaram para a indústria automotiva, máquinas e equipamentos, produtos eletrônico e e têxtil, informou o IBGE.
Mesmo o ramo de alimentos e bebidas, normalmente mais estável por produzir itens considerados básicos, teve queda no ano passado. Segundo Palis, produtos mais caros foram trocados por mais baratos e isso influencia o resultado.
“A queda não foi enorme como automobilística e máquinas e equipamentos, mas é um ramos com peso relevante na indústria”, disse Palis, durante coletiva para a divulgação dos resultados do PIB do quatro trimestre e de 2015.
Além da indústria de transformação, a construção civil também pesou para a queda da indústria como um todo, com um tombo de 7,6% em 2015 frente ao ano anterior.
Extração mineral
Uma exceção dentro da indústria foi o crescimento do ramo extrativo mineral, que inclui a produção de minério de ferro e petróleo, por exemplo. O setor registrou crescimento de 4,9% em 2015.
Este avanço seria ainda maior não fosse o rompimento da barragem da mineradora Samarco, que impediu um desempenho melhor no último trimestre do ano passado, ao afetar durante a produção do setor nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Nem mesmo o real desvalorizado, o que incentiva as exportações e torna produtos nacionais mais competitivos, tem sido suficiente para mudar a tendência da indústria. O setor foi o primeiro a entrar na crise.
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Já o abrangente setor de serviços – maior do PIB pelo ótica da oferta – registrou queda de 2,7% no ano passado. No quarto trimestre, o setor recuou 1,4% frente ao três meses anteriores e 4,4% ante igual período de 2014, informou o IBGE nesta quinta.
Dentro dos serviços, o comércio (atacadista e varejista) teve uma queda 8,9% no ano passado, seguido por transporte, armazenagem e correio (-6,5%). Foram os destaques para a queda do setor, informou a gerente do IBGE.
Agropecuária
Já a agropecuária registrou seu menor crescimento desde 2012, ao crescer 2,9% em 2015. Naquele ano, o PIB do setor tinha registrado uma queda de 3,1%.
A soja foi o produto aqropecuário com maior importância da economia brasileira. A quantidade produzida da commodity aumentou 12% no ano passado.
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