Equipes da Secretaria Geral da Presidência da República e da Funai (Fundação Nacional do Índio) foram enviadas nesta quarta-feira (29) ao canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira (PA), para participar das negociações com os índios que ocupam o local.

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Nesta terça, a Justiça Federal deu prazo de 24 horas para que os cerca de 140 índios saiam do canteiro de obras, sob o risco de multa diária de R$ 50 mil tanto aos indígenas quanto à Funai. A invasão foi realizada na segunda (27), e o prazo para cumprimento da ordem judicial é até as 16h de hoje. De acordo com a assessoria da Secretaria Geral da Presidência, está assegurado aos índios, caso eles saíam do local, uma reunião com o ministro Gilberto Carvalho, prevista para o dia 4 de junho.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, na noite de terça (28), os índios afirmaram que só deixariam o local com a presença de Gilberto Carvalho ou da presidenta Dilma Rousseff.

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"A Polícia Federal pode nos matar que não vamos sair daqui. Não queremos conflito, somos pessoas do bem", disse o índio Cândido Munduruku, 24, uma dos líderes do movimento.

Eles reivindicam a suspensão de todos os estudos e construções de barragens no país que impactem terras indígenas e a regulamentação da consulta prévia a índios nesses casos.

Em nota, o consórcio CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte), responsável pela construção da usina, afirmou que a invasão do indígenas tem sido violenta.

O índios, segundo a nota, tomaram cinco ônibus que transportavam trabalhadores, ocuparam as portarias de acesso a um dos canteiros da obra e tomaram "dezenas" de rádios de comunicação da equipe de segurança patrimonial.

"Entendemos que o cenário acima não pode ser descrito como uma 'ocupação pacífica", diz a nota.

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