Plano nacional de navegação| Foto:

Porto de Navegantes revê projetos após enchente

A enchente que assolou Santa Catarina, no fim de novembro de 2008, derrubou a movimentação dos terminais portuárias instalados no Rio Itajaí e fez se acender a luz amarela do cronograma de expansão do Porto de Navegantes (Portonave). Resultado de um investimento privado de R$ 450 milhões, o porto ,instalado na margem oposta ao Porto de Itajaí, tem um plano bastante ousado – atingir o uso total da capacidade instalada em 2011 e, a partir de então, expandir a área de operação para se tornar o maior terminal de contêineres da Região Sul. "Continuamos com o planejamento de expansão, mas vamos reavaliar os prazos. Pode ser que ainda seja possível iniciar o aumento de capacidade em 2011", diz o superintendente do porto, Osmari de Castilho Ribas.

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O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) apresentou ontem na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) seus planos de recolocar, com ajuda do setor produtivo local, o transporte hidroviário no orçamento do governo federal. O Plano Nacional de Navegação prevê a expansão da hidrovia Paraná-Tietê, via de navegação que liga o Paraná aos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás.

A região tem potencial para aumentar, em uma primeira etapa, de 1,7 mil para 3,1 mil quilômetros o trecho navegável entre os cinco estados – elevando a oferta de transporte com diminuição de custos (que é um modal muito vantajoso em trechos longos, quando comparado ao rodoviário). A capacidade de carga nos rios passaria de 5 milhões para 30 milhões de toneladas.

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O projeto do Dnit tem orçamento estimado em R$ 5,5 bilhões, incluindo obras de eclusas, derrocamento, dragagem e adequação de via navegável nos rios Paraná, Tietê, Paranapanema, Grande e Parnaíba. As obras, no entanto, ainda dependem de verbas – ontem foi a primeira reunião de cinco previstas com "elementos articuladores" de cada estado, incluindo setor produtivo, políticos e dirigentes de órgãos públicos. "É um projeto grande, envolvendo cinco bancadas parlamentares. O objetivo é mobilizar os interessados para que nos próximos anos o projeto seja colocado no Plano Plurianual do governo e tenha orçamento. O cerne é isso", sintetizou o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot.

Apresentando-se como uma "grande empreiteira do governo", uma vez que representa um órgão executor, Pagot admite que "falta para essa região um sistema de escoamento de produção que seja competitivo." Ainda segundo ele, é previsto que as obras sejam executadas com 80% de recursos federais e 20% privados (com ou sem participação do estado). A estimativa de construção é de seis anos.

O coordenador do conselho temático de infraestrutura da Fiep, Paulo Ceschin, avalia positivamente o plano apresentado. "Para nós, isso é um sinal concreto de vontade política do Dnit, que está tomando iniciativa de investir na logística. Está sendo traçado um cenário positivo, uma reação às pressões que viemos fazendo nos últimos anos", disse.

Itaipu

Uma segunda etapa dos planos do Dnit inclui a construção da eclusa de Itaipu, que ampliaria a hidrovia Paraná-Tietê para 5,2 mil quilômetros e permitiria a navegabilidade do interior do país ao Mercosul e mesmo ao oceano Atlântico. "Poderíamos ter um acesso facilitado para a Europa com essa via", diz Ceschin. A obra é estimada em R$ 2,5 bi.

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