No início do ano passado, o presidente do Sonae, o português Belmiro de Azevedo, fez um desabafo em que mostrou descontentamento com os negócios em solo brasileiro. O investimento feito pelo grupo para adquirir redes tradicionais na Região Sul, como Mercadorama e a gaúcha Real, e para montar um hipermercado, o BIG, beira 1 bilhão de euros. Os problemas começaram com a dificuldade de se adaptar ao estilo do consumidor brasileiro e foram potencializados por lojas deficitárias e desvalorização cambial.

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"A concorrência no Brasil é muito forte. Outras empresas locais, como Muffato, Condor e Zaffari, investiram e se fortaleceram enquanto o Sonae tentava encontrar a forma certa de atender e de gerir a rede", analisa o consultor especializado em varejo Moacir Moura. Em 2002, quando a operação brasileira parecia mais ajustada, veio a desvalorização cambial, que reduziu o resultado em euros. A participação da unidade do Brasil no braço varejista do Sonae caiu. As vendas em 2003 ficaram estagnadas e só se recuperaram no ano passado.

A experiência do grupo português no Brasil inclui uma outra frustração, no setor imobiliário. A companhia planejou investimentos pesados na construção de shoppings, mas tem encontrado dificuldades para obter retorno nos projetos que saíram do papel, entre eles o maior empreendimento do setor na América Latina, em Campinas. O projeto previsto para Curitiba, que ficaria no Tarumã, foi cancelado após a crise cambial.

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