A companhia aérea uruguaia Pluna, sob comando do governo desde 15 de junho passado, anunciou nesta quinta-feira (5) a suspensão de todos os seus voos, por "tempo indeterminado"", devido à situação financeira da empresa.
"As Linhas Aéreas Uruguaias S.A anunciam a suspensão de todos os seus voos por tempo indefinido, em função da situação econômico-financeira da empresa, o que torna impossível garantir a adequada operação", destaca o comunicado da Pluna.
O anúncio foi feito após uma reunião entre os ministros uruguaios Fernando Lorenzo (Economia) e Enrique Pintado (Transportes) com o vice-presidente Danilo Astori e os líderes das principais forças políticas do país.
O consórcio privado Leadgate, que possuía 75% da empresa aérea, transferiu suas ações ao Estado uruguaio diante de sua incapacidade para enfrentar a capitalização necessária para manter a companhia operacional.
A Pluna garante que usará todos os recursos disponíveis "para contatar os passageiros afetados por estas circunstâncias e obter a melhor solução possível".
Os voos da Pluna estavam cancelados desde a terça-feira passada devido a uma greve de funcionários, mas havia previsão para a volta das operações nesta sexta-feira.
Segundo o presidente da diretoria da Pluna, Fernando Pasadores, a paralisação sindical agravou a já "crítica" situação financeira da companhia.
Após a saída da Leadgate, o governo uruguaio deu a companhia aérea canadense Jazz, sócia minoritária do grupo que abandonou a empresa, o prazo de 30 dias para decidir se compra ou não o total do capital acionário e recapitaliza a Pluna, mas o caso permanece sem solução.
A imprensa uruguaia especula sobre a intenção do governo de liquidar a empresa definitivamente e levá-la a reunião de credores para pagar provedores e trabalhadores.
Segundo explicou à Agência Efe Alberto Prego, presidente do sindicato da Pluna, esta decisão da empresa e do governo só busca "enterrar tudo o que ambos fizeram de mal" e deixar que o fracasso da privatização da companhia "fique sem responsáveis".
No dia 15 de junho passado, o governo uruguaio anunciou um acordo com o grupo privado argentino Leadgate para sua "saída ordenada" da Pluna após o fracasso do plano de negócios que realizou nos últimos cinco anos desde que o Executivo de Tabaré Vázquez, o primeiro líder de esquerda da história do país, vendesse 75% da empresa.