Atualizado em 22/02/2005 - 16h30
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) informa que o Programa de Mestrado em Psicologia da UFPR foi cancelado. A decisão, que afeta diretamente 150 alunos que fizeram a inscrição, foi tomada após uma reunião entre a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), a Direção do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, a Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e os professores vinculados ao programa.
O descredenciamento do programa foi feito pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão ligado ao Ministério da Educação.
O relatório que avalia o Programa de Mestrado em Psicologia nos anos anteriores foi enviado à UFPR ainda no ano passado com o conceito 2, a menor avaliação, o que representa o descredenciamento. A Universidade entrou com recurso apresentando a reestruturação do programa, informando a contratação de 12 novos professores. A Capes não voltou atrás na posição e, através da ficha de avaliação do Programa, informou que "as considerações apresentadas no recurso não alteram o quadro detectado na avaliação inicial".
Para o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação professor Nivaldo Eduardo Rizzi o ponto de divergência, entre UFPR e Capes, foi o fato de alguns professores do corpo docente do programa terem se aposentado em 2004.
"A Capes deveria analisar o histórico do programa e não o futuro. No ano passado titulamos 26 mestres. Estávamos fazendo uma reestruturação, convidando outros professores, de outros departamentos, para compor o corpo docente do programa, mas a Capes não se sensibilizou e preferiu descredenciar o curso", afirmou.
Para a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia professora Maria Virgínia Filomena Cremaso Grassi um dos motivos da saída dos professores, seja por aposentadoria, exoneração ou vontade própria, foi que "a Capes denegriu a imagem da Administração da Universidade e dos docentes empenhados na manutenção do Programa", releva Grassi.
Para Rizzi o conceito de avaliação da Capes está equivocado. "A Capes centraliza a avaliação na produtividade intelectual dos professores, ou seja, artigos técnicos e revistas especializadas. Eles deveriam concentrar na produtividade intelectual do programa", explica.
Comissão de Avaliação do ProgramaA comissão informou que os motivos que levaram a descredenciar o Programa foram a "redução do corpo docente, embora tenha apresentando melhoras em diversos itens, como o fluxo de alunos, dissertações e produção intelectual".
Falta de professoresO relatório da comissão registrou a presença de 10 professores no Programa, mas desse total três se aposentaram, dois já deixaram o programa, e outros três informaram que deixarão o programa. Essa queda do número de docentes, para a comissão, foi fundamental para o descredenciamento. "Não é possível deixar de indicar a fragilidade do Programa neste quesito e a impossibilidade de dar prosseguimento às atividades regulares com as perdas docentes registradas".
Quesitos avaliadosO Programa, que recebeu conceito 2, que o descredencia junto à Capes, foi avaliado nos quesitos: proposta de programa, corpo docente, atividade de pesquisa, atividade de formação, corpo discente, teses e dissertações e produção intelectual.
Perspectivas Os esforços agora estão voltados para uma reestruturação completa do programa. "Em junho, data limite para apresentar novos programas para a Capes, esperamos apresentar um novo programa, com outra concepção, professores e linha de pesquisa. Um programa interdisciplinar, mas com enfoque na Psicologia", revela Rizzi. Esse novo programa será analisado pela CAPES que, no segundo semestre de 2005, enviará um relatório para a UFPR. Credenciado, o novo programa começa as atividades no início de 2006.
AlunosA Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Psicologia irá enviar por e-mail e pelo correio o mesmo comunicado disponibilizado no site da instituição informando sobre o cancelamento do programa deste ano. Segundo a coordenação, os inscritos não tiveram nenhum custo de inscrição.
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