O tema básico do referendo não será o único a decidir o voto. Primeira consulta à população após o escândalo do mensalão, a vontade popular, na opinião dos especialistas, será influenciada por fatores sem relação com a venda de armas, como a crise política e a ação dos governos federal e estaduais na área de segurança pública.

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O sociólogo Cláudio Beato, do Centro de Estudos Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), considera que, independentemente do resultado, quem sai perdendo é o governo. "O referendo antecipou 2006 e pôs em questão o tema segurança pública. A estratégia foi pôr em dúvida a incapacidade do governo de ter enfrentando a questão", analisa. E a julgar pelas últimas pesquisas de intenção de voto, parece ter dado certo.

Para o sociólogo mineiro, a insatisfação do cidadão brasileiro com a violência se tornou o ponto central de discussão. "Ficou muito claro durante a campanha: acabou virando um plebiscito contra ou a favor da política do governo na área de segurança", analisa.

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