A taxa de desocupação em junho foi de 9,4%, a mais baixa da nova série da Pesquisa Mensal de Emprego, iniciada pelo IBGE em março de 2002. Em relação a maio de 2005 (10,2%), a queda foi de 0,8 ponto percentual e, frente a junho de 2004 (11,7%), a retração foi de 2,3 ponto percentual. A pesquisa apurou, ainda, que o rendimento médio real da população ocupada cresceu 1,5% de maio para junho, chegando a R$ 945,80.
Crise política, juros ainda altos, a proximidade das férias e uma ligeira reação no rendimento médio são as hipóteses levantadas pelo coordenador da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), Cimar Azeredo, para a menor procura por trabalho em junho, que provocou a queda na taxa de desemprego.
- Ainda é cedo para saber que fator foi mais preponderante para afastar as pessoas do mercado de trabalho. Só podemos levantar hipóteses. Percebemos que as mulheres, os jovens e os filhos foram os que deixaram de procurar uma vaga em junho - disse Azeredo.
No primeiro semestre deste ano, o mercado de trabalho se recuperou em comparação com o mesmo período de 2004, segundo levantamento do IBGE. A taxa média de desemprego caiu de 12,3% para 10,3%, enquanto o rendimento médio real subiu 1,2%. Mesmo assim, Cimar Azeredo lembra que a alta do rendimento se deu em cima de um dos piores momentos para o salário do trabalhador. A renda média de R$ 948,75 é maior que a do mesmo período de 2004, mas ainda não conseguiu recuperar o nível do primeiro semestre de 2003, quando estava em R$ 969,47:
- Se olharmos o rendimento dos empregados com carteira, houve queda de 1,6% - disse Azeredo.
O número de pessoas desocupadas caiu 8,6 % de maio para junho e 19,5 % frente a junho do ano passado. Havia no mês passado 2,050 milhões de pessoas desempregadas.
Também segundo o IBGE, em junho, o contingente de pessoas trabalhando, nas seis regiões metropolitanas, foi estimado em 19,8 milhões. Em relação a maio de 2005, este indicador apresentou estabilidade, no entanto, no confronto com junho do ano passado, a variação foi positiva (3,4%), representando um aumento de 647 mil pessoas ocupadas no mercado de trabalho
Na comparação com junho do ano passado, foi registrado aumento de 6,6% no contingente de pessoas trabalhando com carteira de trabalho assinada, representando um aumento de 492 mil trabalhadores nas seis regiões pesquisadas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre).