O conteúdo agressivo dos programas de televisão, dos filmes e dos jogos virtuais tem deixado pais e educadores apreensivos em relação à influência nociva que podem causar em crianças e adolescentes. Especialistas garantem que a ficção não pode ser apontada como causa direta da violência na vida real. Fatores sociais e comportamentais devem ser analisadas antes de se chegar a uma conclusão definitiva. De acordo com o psicanalista Raymundo de Lima, professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), essa influência vai depender da estrutura psicológica e do momento de vida do espectador ou jogador. "Os homens são seres imitadores, principalmente as crianças e os adolescentes. Faz parte do nosso processo de aprendizagem. O problema surge quando a estrutura psicológica de um indivíduo não separa a realidade virtual da realidade objetiva", explica.

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O professor Claudemir Edson Viana, pesquisador do Laboratório de Pesquisa sobre Infância, Imaginário e Comunicação (LAPIC) da USP também não acredita que a ficção contribua com a violência, pelo contrário. Para ele, a ficção é um reflexo do que acontece na sociedade e que a realidade do indivíduo é o que leva a uma atitude violenta. Ele explica que o público infantil costuma reelaborar o significado do conteúdo que assiste através de elementos do seu cotidiano. "Elas interpretam um filme ou um videogame e atribuem o seu próprio sentido a ele. A cena violenta para um adulto é considerada um ato de heroísmo para a criança. As cenas de luta até fazem bem, pois o ato de se projetar naquele personagem eleva a sua auto-estima", observa.

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