Cerca de oito mil bancários amanheceram em greve em Curitiba e região. A avaliação é do sindicato da categoria. O HSBC é o banco mais atingido pela manifestação, somente no Centro Administrativo, localizado no Hauer, em torno de dois mil trabalhadores cruzaram os braços.
O clima na agência esquentou na manhã desta quinta-feira (6) após o HSBC ter conseguido na justiça uma liminar que impede a ação dos grevistas. Porém, eles prometem manter a greve no local e impedir o funcionamento de todas as operações.
"Estamos praticando nosso direito de greve e não vamos sair", justificou Marisa Stedile, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, que recebeu a ordem do oficial de justiça.
A presidente do sindicato acusa o banco de obrigar os funcionários a trabalharem até de madrugada. "Hoje nós flagramos funcionários vindo trabalhar com colchonetes às três da madrugada. Isso é um absurdo", reclamou.
A assessoria do HSBC informou que o banco irá utilizar os meios jurídicos e logísticos para garantir que permaneça aberto aos funcionários e atenda os clientes. E que todas ações tomadas estão de acordo com as decisões da federação dos bancos.
Caso os manifestantes não se retirem do posto do Hauer, o sindicato poderá ser multado em R$ 30 mil por dia.
Outra agência atingida foi o posto da Caixa Econômica Federal (CEF) da praça Carlos Gomes, que permanece fechada. A central do Banco do Brasil em São José dos Pinhais e várias agências do Portão também se encontram fechadas.
A greve ainda não atinge diretamente a população. Os primeiros trabalhadores a entrarem em greve foram os de tele-atendimento e dos setores de informática e de central de serviços.
Reivindicação
Os bancários pleiteiam um reajuste salarial de 11,77%. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou como proposta o valor de 4% de aumento, mais um abono de R$ 1 mil. Um impasse foi formado, já que o sindicato patronal afirma que os bancários não se pronunciaram sobre a proposta e os funcionários afirmam que vetaram o que foi proposto.
Os rumos da paralisação estão indefinidos. No ano passado, os funcionários da rede bancária fizeram uma greve de 29 dias lutando pelo reajuste salarial. Como não houve acordo entre o comando de greve e o Tribunal Superior do Trabalho (TST), os trabalhadores, desgastados, foram obrigados a voltar ao trabalho e o reajuste não aconteceu.
"Não podemos deixar que a greve deste ano tenha o mesmo fim que a outra. Estamos decididos e lutaremos pelos nossos direitos. Esperamos que a população entenda nossa posição, já que estamos dentro da lei de greve e da constituição. Queremos acabar com a paralisação o mais rápido possível", explica Marisa.
Na sexta-feira, os grevistas se reúnem em nova assembléia para decidir quais serão os rumos da paralisação.
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