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Setor farmacêutico

Indústria usa biotecnologia e faz drogas melhores e mais baratas

A indústria farmacêutica absorveu as técnicas desenvolvidas durante o Projeto Genoma, que fez o mapeamento do código genético humano, e está tentando usar essa nova área do conhecimento para desenvolver drogas mais eficientes e com menos efeitos colaterais. Segundo reportagem de Guido Orgis, da Gazeta do Povo desta segunda-feira, além do avanço terapêutico, a tecnologia também pode levar a uma redução nos custos de desenvolvimento dos medicamentos – questão central para que os laboratórios possam investir em pesquisa, dar retorno aos acionistas e permitir que um número maior de pessoas ao redor do mundo tenha acesso aos tratamentos de última geração.

A previsão é do engenheiro químico especializado em bioquímica Everson Nogoceke, chefe do grupo de proteômica pré-clínica da Roche, empresa suíça que está entre as maiores do mundo no ramo farmacêutico. O pesquisador curitibano está ligado aos mais importantes projetos da multinacional para o tratamento de doenças complexas, em especial do câncer. Segundo ele, antes de levar a soluções radicalmente novas, a indústria aperfeiçoará a busca e a aplicação dos compostos estudados em laboratórios.

O financiamento das pesquisas farmacêuticas é, de certa forma, uma questão de saúde pública. Um medicamento leva em média de 12 a 15 anos para ser desenvolvido. Fora isso, há uma taxa de fracasso alta. Para cada projeto que chega ao mercado em forma de um remédio novo, cerca de 50 ficam pelo caminho. Isso ocorre porque a eficácia de uma substância só é comprovada após dezenas de baterias de análises, incluindo testes com animais e, nas fases avançadas, com voluntários. O custo é alto. Só a Roche investiu no ano passado US$ 4 bilhões em pesquisa e desenvolvimento.

Uma das metas dos laboratórios que prestam apoio ao desenvolvimento de medicamentos é ajudar a detectar a reação humana às substâncias antes que a empresa precise gastar com testes em animais e voluntários. A estratégia dos pesquisadores é entender melhor o funcionamento das reações celulares – área que ganhou novo fôlego com o Projeto Genoma. Foi a partir desse estudo, por exemplo, que a Roche montou o Centro de Genômica Médica, onde se concentram os grupos que lidam com fenômenos ligados ao DNA. Entre eles está a equipe liderada por Nogoceke.

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