A alta nos preços dos combustíveis afetou o resultado das empresas aéreas. Gol e TAM registraram ganhos menores por causa do aumento nos custos. Para se proteger contra aumentos do preço do petróleo, a Gol deve fazer um hedge de curto prazo, de 90 dias, equivalente a 55% dos custos de combustível. Nesta quinta-feira, a TAM anunciou uma queda de 87,1% no lucro do semestre, de R$ 28,825 milhões, e prejuízo de R$ 24,669 milhões no segundo trimestre, apesar de a receita bruta ter crescido 29,5% nos seis primeiros meses deste ano, atingindo R$ 2,643 bilhões.

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A queda no lucro da TAM foi provocada justamente por um aumento de 26,4% nos custos dos serviços e das despesas operacionais aumentaram, que atingiram R$ 1,244 bilhão no 2º trimestre. O maior peso dos custos foi o gasto com combustível (querosene de aviação). Este item - que representa 31% dos custos e despesas totais da companhia - aumentou 31% de abril a junho deste ano, totalizando R$ 385,7 milhões (R$ 241,2 milhões em 2004).

Além de a empresa aumentar o volume de consumo em 34,6%, o preço médio por litro de combustível cresceu 38,8%. Por assento quilômetro (ASK), os custos com combustíveis aumentaram 19,6%. De acordo com informações pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), o preço do querosene usado para abastecer os aviões no Brasil (QAV) já acumula uma variação de 12,2%, no período entre 1º de janeiro e 1º de agosto, sendo que de janeiro a junho o aumento acumulado foi de 14,8%.

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No ano passado, no período de janeiro a agosto, o QAV já tinha sofrido alta de 27,5%. Mas, um ajuste em novembro, que reduziu o preço do combustível de aviação em cerca de 11%, fez com que ao fim de 2004, o produto fechasse o ano com alta de 26,5%.

O "market share" (fatia do mercado) doméstico cresceu 9,4 pontos percentuais, atingindo 42,6% no segundo trimestre de 2005, contra 33,2% no mesmo período de 2004. O número de passageiros pagos cresceu 47,5%, para 4,5 milhões de abril a junho deste ano ante 3,0 milhões no mesmo período de 2004. Os assentos quilômetros oferecidos (ASK) aumentaram 33,7%, passando de 4,9 milhões em 2004 para 6,5 milhões até junho de 2005. A demanda (RPK) também cresceu 43,7%, chegando a 4,3 milhões no 1º trimestre deste ano comparado com 3 milhões em 2004. A taxa de ocupação (load factor) cresceu 5,9 pontos percentuais, para 68,2% acumulado até o 2º trimestre.

O EBIT (resultado da operação) no primeiro semestre foi de R$ 117,4 milhões (com margem de 4,64%), ante R$ 57,3 milhões registrados no primeiro semestre de 2004. O EBITDAR, métrica utilizada pela indústria de aviação e que reflete a geração de caixa da empresa antes das despesas financeiras, impostos, depreciação, amortização e aluguéis, do mesmo período (janeiro a junho de 2005) atingiu R$ 465,6 milhões, contra R$ 432,7 milhões em 2004. A margem do semestre é de 18,42%. O patrimônio líquido da companhia passou de R$ 245,3 milhões em 2004 para R$ 601,0 milhões até junho de 2005.

A TAM fez em junho a oferta pública de 30.471.600 ações, ao preço de R$ 18,00 cada uma, totalizando R$ 548,488 milhões. A companhia passou a ter 21,43% de suas ações em circulação no mercado (free float). As ações estão listadas no Nível 2 da Bovespa, classificação que exige um amplo conjunto de práticas de governança e de direitos para os acionistas minoritários.

No mercado doméstico, a TAM ampliou sua cobertura. A companhia vai hoje diretamente a 44 destinos e chega a 72 localidades diferentes por meio de acordos comerciais com empresas regionais. No mercado internacional, passou a fazer dois vôos diários para Paris em junho de 2005. Com isso, a cobertura internacional da TAM hoje atinge diretamente, além de Paris, com 14 vôos semanais, Miami (14 semanais), Chile (sete semanais) e Buenos Aires (35 semanais). Com a TAM Mercosul, vai a Assunção, Montevidéu, Punta del Leste, Ciudad del Leste, Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba.

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Acompanhando a evolução consistente de sua operação, a TAM aumentou seu quadro em 14,1%, fechando o semestre com 8.829 mil funcionários. No acumulado do semestre, a TAM passou a voar a média de 10,63 horas/dia ante 8,44 horas/dia em 2004. Ainda em junho, a companhia confirmou junto à Airbus contrato para compra firme de 20 Airbus A320 com mais 20 opções para a mesma família de aeronaves (inclui A320, A319 e A321). Também assinou um Memorando de Entendimento para a compra de oito A350-900 com mais sete opções, sujeita a determinadas condições. Além desse contratos, a TAM já possuía uma ordem firme para entrega de 10 Airbus A320: um em agosto de 2005, quatro em 2006, três em 2007 e dois em 2008.