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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nesta quinta-feira, durante uma hora e vinte minutos, com representantes de quinze entidades do chamado movimento popular, incluindo sindicalistas. A reunião foi fechada mas, segundo os que participaram da reunião, Lula disse que os juros vão baixar, embora não tenha dado prazo para que isso ocorra.

Segundo o presidente, as taxas de juros devem baixar para não comprometer o que chamou de empregabilidade. Segundo os participantes da reunião, Lula disse também que o PT vai sangrar, por causa da atual crise política, reafirmando que os culpados terão que pagar pelo que fizeram.

Na véspera, em Garanhuns, Lula entrou no tema reeleição, dizendo que ninguém pode impedi-lo de concorrer novamente. E provocou seus adversários:

- Eu não devo a minha eleição a favor de ninguém. Devo minha eleição ao povo deste país que acreditou e que votou. Na Constituinte, votei para não ter reeleição. Agora, dizer "eu não posso concorrer" com base em que? Com medo de que eu possa provar que em quatro anos eu consegui fazer o que eles fizeram em oito anos? E eu vou dizer para vocês. Se eu for, com ódio ou sem ódio, eles vão ter que me engolir outra vez porque o povo brasileiro vai querer.

A declaração do presidente sobre juros pode ser vista como tendo caráter político-eleitoral, pois o governo está acuado pela crise política e tende a dar ênfase a boas notícias. Mas o fato é que a maior parte do mercado prevê uma redução da Selic em setembro. Há, no entanto, quem acredite que um agravamento da crise política possa provocar um comportamento mais conservador do BC, mantendo por mais tempo a elevada taxa básica no nível atual (19,75% ao ano).

Segundo o relatório Focus do BC, o mercado mantém as apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá a taxa, mais uma vez, na reunião de agosto. Os economistas dos bancos mantêm esta estimativa há 10 meses.

O mercado reduziu, pela 11ª semana seguida, a projeção de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que baliza o sistema de metas do governo. De acordo com pesquisa semanal do BC com analistas de cem instituições financeiras, a estimativa do IPCA no fim do ano caiu ligeiramente da semana passada para cá - de 5,55% para 5,4% - e está perto da meta ajustada do BC para este ano (5,1%).Para chegar a este objetivo, o BC elevou por nove meses consecutivos a taxa básica de juros da economia, a Selic, que há dois meses é mantida em 19,75%.

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