Diretores-executivos com salários mais gordos não garantem as melhores performances das companhias, aponta estudo elaborado pela firma de pesquisas americana MSCI. Após analisar amostras dos resultados de grandes empresas, no período de 2006 a 2015, os especialistas afirmaram que executivos que receberam incentivos acima da média entregaram resultados abaixo da média.
O relatório indica que o retorno aos acionistas foi 39% maior nas companhias que pagam menos aos dirigentes.
“No longo prazo, para os investidores institucionais, este desalinhamento potencial de interesses entre os CEOs e os acionistas pode minar a adoção de incentivos baseados em ativos, que dominou as práticas nos EUA nas últimas três décadas. Durante o período observado, os pagamentos feitos com incentivos de longo prazo foram o grosso das remunerações dos CEOs, respondendo por mais de 70% das compensações tanto para o pagamento sumário (que tem de ser informado) quanto para o pagamento realizado (que inclui os ganhos com ações realizados no ano)”, aponta o estudo.
A MSCI avalia que, para melhorar o alinhamento entre os interesses dos executivos com os dos acionistas, seria positivo incluir dados de longo prazo nos métodos de avaliação e remuneração. Nos dez anos avaliados, as remunerações dos CEOs informadas aos acionistas das empresas consideradas somaram US$ 46 bilhões, cifra US$ 10 bilhões abaixo do total que considera valores não informados nas apresentações aos acionistas.
Também recomenda mais abertura de informações sobre os benefícios, como bônus e outros que se acumulam no bolso dos profissionais. “Em geral, as companhias raramente incluem as cifras cumulativas nas apresentações sobre os pagamentos aos CEO, que os investidores de longo prazo achariam muito útil.”