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Pecuária

PR reforça barreiras anti-aftosa com suspeita de foco na divisa

A suspeita de que haja um novo foco de febre aftosa em uma fazenda de Mundo Novo, município sul-matogrossense a 20 quilômetros de Guaíra, aumentou a preocupação de que a doença chegue ao Paraná. Nesse ponto, os dois estados são ligados pela ponte Ayrton Senna, sobre o Rio Paraná.

Nesta quinta, a Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) de Mato Grosso do Sul, confirmou o envio de materiais de bovinos da Fazenda Gazzin, de Mundo Novo, para exames laboratoriais. Eles apresentaram sintomas típicos da aftosa, como salivação intensa e início de feridas na boca e nos cascos. Com 775 animais, a fazenda fica na região onde já foram confirmados cinco focos da doença, nos municípios de Eldorado e Japorã.

O vice-governador e secretário de Agricultura, Orlando Pessuti (PMDB), admitiu que a preocupação do governo paranaense aumenta com essa suspeita. Ele determinou o reforço em pessoal e equipamentos nas quatro barreiras que a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) mantém na divisa – as pontes de Guaíra e Icaraíma e dois portos de balsas. Até o momento, o Paraná confiava na "barreira natural" do Rio Paraná.

O governo paranaense editou, nesta quinta, a resolução 089/05, que amplia a lista de produtos da região afetada pela febre aftosa que estão proibidos de entrar no Paraná. A zona-tampão é composta por cinco municípios – Eldorado, Itaquiraí, Iguatemi, Japorã e Mundo Novo. Estão proibidos de ingressar no Paraná produtos in natura de origem animal e vegetal desses municípios.

A resolução, no entanto, abranda as proibições de entrada no estado de produtos sul-matogrossenses fora da área de risco. Está liberado o ingresso de carne e miúdos de aves, e carne dessossada e miúdos de suínos in natura, desde que sejam oriundos de abatedouros fiscalizados pelo Sistema de Inspeção Federal (SIF) e destinados a estabelecimentos com a mesma classificação. Também foram liberados produtos industrializados que receberam tratamento suficiente para eliminar o vírus da aftosa. Foi mantida a proibição de entrada no Paraná de animais vivos oriundos de qualquer parte do estado vizinho.

Melancia e abóbora

A decisão de proibir a entrada de produtos vegetais in natura gerou protestos dos prefeitos dos cinco municípios diretamente afetados. A prefeita de Eldorado, Mara Caseiro, informou que está sendo discutido um possível bloqueio da ponte Ayrton Senna para pressionar o Paraná a rever a decisão.

A preocupação é com relação às 12 mil toneladas de melancia que estão sendo colhidas em Eldorado, Japorã e Mundo Novo. A produção é vendida na Região Sul e na Argentina. A região também está colhendo 250 toneladas de abóbora e 150 toneladas de melão. Parte da produção está estragando e não encontra mercado local. "A situação é absurda e não passa de retaliação, já que todas as ações para debelar o foco de aftosa foram tomadas. Os responsáveis pela sanidade no Paraná estão se aproveitando de uma situação grave e que prejudica a nossa economia", disse a prefeita.

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