Como começou a sua carreira?

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Eu comecei como engenheira, em 1984. Entrei na Itaipu na diretoria técnica de planejamento de obras há quase 26 anos. Éramos poucas mulheres e tínhamos muita dificuldade de subir na empresa. Dificilmente chegávamos à gerência, superintendência então, jamais. Em 2003, assumi a presidência do Fundo de Previdência da empresa, na época a diretora financeira da Itaipu era a Gleisi Hoffmann, que hoje é ministra chefe da Casa Civil. Em 2006, Gleisi saiu para seguir carreira política, e eu acabei entrando como diretora financeira. Foi uma grande conquista.

Sobre o prêmio Oslo Business for Peace (Prêmio Oslo de Negócios pela Paz), por que acredita ter sido escolhida?

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Tenho uma atuação forte no programa de gênero da empresa, que também é voltado para a comunidade. Trabalhamos com educação financeira, saúde, combate à violência contra a mulher, tráfico de adolescentes, principalmente na tríplice fronteira. São vários projetos ligados à comunidade. Em 2010, a ONU mulher criou os princípios de empoderamento das mulheres e a Itaipu foi signatária. São parâmetros para as empresas inserirem a mulher na liderança. Um dos problemas da nova geração é a falta de modelos femininos. Precisamos mudar, divulgar esses modelos para reproduzi-los.

Quando se percebeu como líder?

Logo que eu me formei fui trabalhar com projetos no interior porque a cidade crescia ao ritmo da agricultura. Foi uma forma de entrar no mercado. Eu consegui assumir a diretoria da companhia de desenvolvimento de obras do município [Foz do Iguaçu]. Tinha 26 anos e chefiava uns 100 peões. Em uma segunda-feira pela manhã teve uma briga no galpão e mandaram me chamar porque um deles estava armado com uma faca. Eu nem sei como, me meti no meio dos dois e acabei com a briga. Aí eles viram que realmente tinham que me respeitar, que eu não tinha medo deles. Ali eu percebi que eu tinha capacidade para liderar e montar uma boa equipe, porque sem equipe a gente não trabalha.

Falta coragem para as mulheres de hoje?

Ainda falta muito para o equilíbrio do poder masculino e do feminino. Temos que trazer os homens junto com a gente. Os homens precisam participar da vida do lar. Nós somos comprometidas com o profissional e com a casa, mas a herança de nós sermos a patrocinadora, a cuidadora, é muito forte. E isso você não muda em uma geração só, vai ser com o tempo. A coragem é a primeira característica da mulher de sucesso.

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