A crise político-econômica que deixou o Brasil em recessão nos últimos dois anos não foi capaz de frear o setor de TI no país: o segmento investiu, no ano passado, US$ 60 bilhões – 7ª posição mundial e 1º na América Latina, com 45% do total. O crescimento desse mercado foi de 3%, diante dos 2,4% de aumento no resto do mundo.Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Software em parceria com a International Data Corporation (IDC).
Para Sérgio Mainetti Junior, presidente da Associação das Empresas do Parque de Software em Curitiba (APS), dois fatores explicam o avanço. “O Brasil estava parado nos últimos três anos e agora corre para não ficar defasado. E as empresas estão vendo que investir em automação dos processos, software, informática, é a melhor maneira de sair da crise”, pontua. Tudo isso, segundo Paulo Cayres, coordenador do Núcleo de Educação a Distância da Faculdade da Indústria IEL, também mune os gestores de informação na hora de tomada de decisões.
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Diante da evolução do setor – que aumenta,também, a velocidade dos avanços tecnológicos– as empresas começam a buscar profissionais que tenham experiência prática no mercado aliada ao conhecimento teórico de um curso de pós-graduação – perfil que é relativamente raro nesta área. “Ainda é uma tendência. De 5 a 10% das empresas, apenas, procuram o profissional com as duas frentes”, explica Sérgio Mainetti Jr.
Além dos trabalhadores com cursos lato sensu (que realizaram especialização ou MBA), os mestres e doutores devem ser valorizados dentro do campo de TI – portanto,quem é da área e investe na academia também consegue atuar além da sala de aula com mais facilidade. “A inserção de mestres e doutores é fundamental nas empresas e indústrias. Na Coreia do Sul, país da Samsung, 80% desses acadêmicos trabalham nas empresas. No Brasil, apenas 20%”, compara Filipe Cassapo, especialista em Indústria 4.0 da Fiep. “Assim como é necessária a presença de técnicos e tecnólogos, mestres e doutores dão capacidade à companhia de transformar conhecimento em produtos e processos inovadores”, completa.
3%
Foi quanto o setor de TI cresceu no Brasil no ano passado, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Software e a International Data Corporation (IDC) – no resto do mundo, o segmento teve avanço menor, de 2,4%.
No país, o investimento na área em 2016 foi de US$ 60 bilhões , o maior da América Latina.
Tendências
Com o setor de TI se desenvolvendo e, sendo ele, um campo inovador por excelência, as áreas com potencial de crescimento trarão transformações na forma como nos relacionamos com o mundo.
Uma delas é a machine learning: fazer algo- ritmos de software que aprendem por si só. “É a coqueluche do Vale do Silício [região da Califórnia, nos EUA, conhecida pelo pioneirismo tecnológico] e deve chegar por aqui em cinco anos”, comenta o presidente da APS. “Um curso chamado Data Science alia desenvolvimento de software e estatística para lidar com machine learning. Quem investir nessa ideia será muito requisitado no futuro”, diz.
Já Filipe Cassapo pontua cinco áreas que estão esperando para serem desbravadas: a Internet das Coisas: sistemas autônomos e inteligência artificial; big data: manipular e extrair conhecimento de enorme quantidade de dados; processamento e armazenamento em nuvem; manufatura aditiva (impressão 3D); e segurança cibernética: segurança e confiabilidade dos dados e informações.
Outra tendência, que, segundo Cassapo, deve estar consolidada em 2020, é a chamada Indústria 4.0. “Nada mais é do que a digitalização (internet das coisas, big data machine learning, realidade virtual) dos processos industriais, para aumento da produtividade e da competitividade”, esclarece o especialista.
O coordenador do Núcleo de Educação a Distância da Faculdade da Indústria IEL, Paulo Henrique Cayres, salienta algumas aptidões profissionais que vão além da técnica, e são valorizadas no setor de TI:
Comunicação
Tanto a verbal quanto a escrita. Desenvolver essa habilidade ajuda a apresentar ideias, defender posições e saber se colocar em uma reunião, por exemplo. “Tecnicamente, existem muitos profissionais bons. Mas, como instituição de ensino, as empresas nos cobram esses diferenciais humanos”, frisa Cayres.
Segundo Idioma
De acordo com o coordenador, ainda é incomum profissionais de TI falarem um idioma estrangeiro. Inglês continua sendo a língua mais requisitada.
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