A partir deste mês, Positivo Informática começa a levar parte da produção de celulares em Curitiba para a nova unidade em Manaus| Foto: Fernando Dias/Positivo Informática

A Positivo Informática começou o ano avançando no mercado de celulares, que cada vez se torna mais relevante para o caixa da companhia paranaense. Pela primeira vez na história da empresa, a receita líquida com os aparelhos representou 20% do total registrado no trimestre, atingindo R$ 75 milhões.

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Segundo balanço divulgado na noite da última sexta-feira (13), a Positivo Informática comercializou 388,3 mil celulares no primeiro trimestre deste ano, o que equivale a um aumento de 97% em relação ao mesmo período do ano passado. Do total de produtos, 191,8 mil foram smartphones e 196,5 mil, feature phones (aparelhos convencionais, mais simples).

Com o resultado, a receita líquida com os aparelhos subiu 151% em relação ao ano passado. O bom desempenho das vendas tem animado a companhia que, no balanço, afirma ser capaz de manter uma taxa de crescimento anual de três dígitos neste segmento nos próximos trimestres.

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A evolução no mercado de celulares também tem alçado a empresa paranaense a uma melhor colocação no cenário nacional. Em apenas um ano, a marca saiu de um market-share de 1,3% para 4,3%, no primeiro trimestre deste ano.

Esse resultado tem sido impulsionado, em parte, pela chegada da nova marca de celulares Quantum, que funciona como uma unidade de negócios independente dentro da Positivo. Lançados em setembro do ano passado, os smartphones têm configurações melhores e são vendidos a preços mais altos (a partir de R$ 899). O balanço não faz distinção entre as marcas dos celulares, mas, no primeiro trimestre, o avanço em vendas foi maior justamente entre os smartphones, segmento da Quantum – o número de unidades comercializadas cresceu 150%, enquanto o de feature phones, 63%. No documento, a Positivo Informática diz apenas que “lançou com sucesso” a nova marca.

Computadores e tablets

O sucesso no mercado de celulares contrasta com a retração nas vendas de computadores, que tem se repetido ao longo dos últimos trimestres, acompanhando o mercado nacional. No primeiro trimestre, as vendas de PCs recuaram 1% em comparação com o mesmo período do ano passado.

A retração foi puxada pelo desempenho ruim das vendas de desktops, que caíram 45% na mesma base de comparação. Por outro lado, o número de notebooks vendidos aumentou 27%. Desde outubro do ano passado, a Positivo começou a vender aparelhos da marca Vaio, em uma parceria com a fabricante japonesa. O balanço, no entanto, não detalha qual a fatia dos notebooks da Vaio nas vendas. No total, foram comercializados 65,8 mil desktops e 247,7 mil notebooks no primeiro trimestre.

A queda foi ainda maior no segmento de tablets: o número de unidades vendidas despencou 79% no primeiro trimestre do ano, para 24,5 mil unidades. Segundo o balanço, a própria companhia decidiu restringir a venda deste produto no país e, agora, vai vender tablets no varejo apenas em projetos pontuais e sob encomenda – nos mercados corporativos e de governo, continua a atuar normalmente.

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“Esta decisão de atuação mais restrita no varejo se deu pela baixa competitividade das empresas participantes do mercado oficial no segmento de entrada (que é o mais volumoso) e pela dominância de empresas que atuam de forma heterodoxa do ponto de vista tributário, o chamado mercado cinza”, escreve a Positivo Informática no balanço.

Caixa

Os resultados distintos entre os segmentos de PCs, tablets e celulares têm mudado a configuração das receitas da Positivo. Em um ano, a receita líquida com celulares, que respondia por uma fatia de 6%, passou a representar 20% do total. Já a parcela dos desktops passou de 40% para 34%, enquanto a receita dos tablets, que representava 9% do total, não chegou a atingir 1% no primeiro trimestre deste ano. A fatia da receita líquida com notebooks passou de 35% para 33%.

Esse período de transição também influencia no caixa da companhia. No primeiro trimestre, a receita líquida da Positivo Informática foi de R$ 375,6 milhões, 17% menor do que a soma registrada no mesmo período de 2015.

No início do ano, a companhia teve um prejuízo líquido de R$ 10,4 milhões. Considerando o resultado ajustado (sem os efeitos da desvalorização do real), a empresa registrou um lucro líquido de R$ 16,1 milhões.

“A Positivo Informática seguiu concentrando esforços em sua agenda de diversificação de receitas, recuperação de rentabilidade e aumento da geração de caixa, que a Administração entende ser fundamental para o desenvolvimento sustentável de longo prazo dos negócios companhia”, escreve a empresa no balanço.

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Mudança

No documento, a Positivo Informática também destaca os ganhos alcançados com a migração de toda a produção de PCs e tablets para a nova fábrica na Zona Franca de Manaus, processo finalizado em novembro do ano passado. A transição trouxe uma monetização de R$ 22 milhões em ativos tributários para a companhia, devido à diferença no pagamento de impostos nas compras de insumos para a produção no local.

A Positivo também vai levar, a partir deste mês, parte da produção de celulares para a unidade de Manaus – hoje, a produção destes aparelhos é centralizada em Curitiba. A empresa destaca que “o novo arranjo de fábricas proporcionará um importante influxo de caixa nos próximos anos”.