Positivo vende mais, mas lucra menos

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A Positivo Informática nunca vendeu tantos computadores em um segundo trimestre. Foram 589,8 mil unidades entre abril e junho deste ano, na soma das vendas no Brasil e na Argentina, volume 13,3% superior ao do mesmo período do ano passado.

Mas esse resultado não foi suficiente para evitar uma queda de 5% na receita líquida -- que ficou em R$ 523,3 milhões -- nem um tombo de 76% no lucro líquido, que passou de R$ 9,5 milhões no segundo trimestre de 2011 para apenas R$ 2,3 milhões em igual intervalo deste ano. Uma das razões é a redução do preço médio dos computadores da empresa.

No balanço publicado no fim da tarde desta terça-feira (14), a empresa paranaense destacou que a demanda do mercado brasileiro foi interior à esperada, influenciada pelo desaquecimento da economia e pela dificuldade dos consumidores em obter aprovação de crédito. Além disso, grandes empresas postergaram investimentos, "o que foi parcialmente compensado pelo bom desempenho do segmento de pequenas e médias empresas", segundo a Positivo.

A empresa disse esperar uma recuperação no segundo semestre, entre outros motivos, por uma retomada das compras por parte do setor público, que absorveu 15% dos computadores vendidos pela empresa no trimestre. O varejo ficou com 80% do total e as empresas, com 5%.

Câmbio

Segundo a Positivo, ela e os demais fabricantes do país "buscaram repassar para os preços o novo patamar da taxa de câmbio, uma vez que cerca de 90% do custo de um computador é atrelado ao dólar". A cotação média da moeda subiu 10,9% em relação ao primeiro trimestre. Mesmo assim, o preço médio em reais dos computadores da empresa caiu 8,3% na mesma comparação, para R$ 924,50. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o preço baixou 21,4%, embora o dólar tenha avançado 23% no mesmo intervalo.

O motivo para a queda de preços, segundo a Positivo, está na retomada das entregas de laptops educacionais do programa Um Computador Por Aluno, que são mais baratos. Os preços dos notebooks convencionais, por sua vez, ficaram quase estáveis em relação aos três primeiros meses do ano, fechando o segundo trimestre em R$ 1.003,09, por causa da aposta em modelos mais simples. "Os repasses de preços (...) foram compensados pelo crescimento das vendas de marcas secundárias e por menores configurações médias, usadas para defender as faixas de preços com maior volume de vendas no varejo", informou a empresa.