O acordo firmado nesta semana entre governo federal e produtores – que fixou o preço do litro do álcool nas usinas em R$ 1,05 até abril – não deve ser suficiente para reduzir o valor dos combustíveis nas bombas. Pelo menos essa é a previsão do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência do Paraná (Sindicombustíveis).

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Segundo o presidente do sindicato, Roberto Fregonese, isso deve acontecer porque a redução acertada entre governo e usineiros possivelmente também não será sentida pelos donos de postos. "O informativo de mercado que recebi ontem (quarta-feira), depois do anúncio do acordo, prevê o preço do álcool para o Paraná de R$ 1,24 para os revendedores sem os impostos. Com os tributos, o valor chega a R$ 1,74", calcula. "Como o combustível está sendo vendido hoje em Curitiba a R$ 1,89, em média, há pouco espaço de manobra para os postos."

No caso da gasolina (que tem 25% de álcool anidro na sua composição), de acordo com Fregonese, a redução de preços para o consumidor é ainda menos provável. "Ela deve ser no máximo de R$ 0,01 por litro", calcula.

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As distribuidoras ainda não anunciaram se vai haver redução de preços. O Sindicato dos Distribuidores de Combustíveis (Sindicom) informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que só deve se pronunciar sobre o assunto na próxima semana. A distribuidora Shell, também por meio de assessoria, declarou que vai esperar até que alguns pontos do acordo entre o governo e os produtores sejam esclarecidos para promover qualquer mudança nos preços.

Na outra ponta da cadeia, o setor produtivo comemorou o acordo feito com o governo. Para o presidente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena, a redução foi importante pois interrompe a escalada de preços. "A volatilidade dos preços do álcool não é interessante para o produtor. Se por um lado chegamos a vender a R$ 1,09, em alguns períodos do ano vendemos a R$ 0,40 o litro".

O acordo prevê ainda a garantia de abastecimento, com antecipação da safra, se for o caso, e um programa para estocagem do produto, o que ajudaria a resolver o problema da volatilidade dos preços do álcool.