A poupança registrou no ano de 2014 ganho de 0,63% acima da inflação, o quinto menor desde que o Plano Real foi instituído, em 1994, de acordo com dados do Banco Central.
O cálculo vale tanto para depósitos feitos antes de 3 de maio de 2012 quanto após essa data, que estão com o mesmo rendimento. No ano passado, a poupança teve rentabilidade 7,08%, ante uma inflação de 6,41%.
O resultado só não foi pior do que o observado nos anos de 2002 (quando a poupança teve perda de 3,01% para a inflação), 2013 (ganho real de 0,43%), 2004 (0,46%) e 2012 (0,60%).
Segundo o economista Samy Dana, da FGV (Fundação Getulio Vargas), a tendência para a poupança é manter uma rentabilidade pouco acima da inflação, não superando o patamar de 1%. "A poupança vai continuar nessa casa de 7%. O investidor tem que levar em conta que a Selic subiu muito. Quando você olha a curva futura de juros, já enxerga uma taxa de 12%", ressalta.
"Enquanto o mercado de títulos públicos paga 6% acima da inflação, a poupança não chega a 1%. Então você tem um custo muito alto de deixar o dinheiro na poupança. Deixa de ganhar todos esses juros", ressalta.
Em 2014, a poupança foi o segundo pior investimento, de acordo com ranking elaborado pela Folha de S.Paulo. A caderneta só perdeu para os fundos de ações livre, que tiveram perdas de 0,83% no ano passado.
Captação
No ano passado, a poupança registrou a menor diferença entre depósitos e saques em três anos, de acordo com dados do Banco Central.
A captação líquida da poupança foi de R$ 24 bilhões no ano passado, uma queda de 66,2% em relação ao saldo registrado em 2013, quando somou R$ 71 bilhões.
O saldo do ano passado foi resultado da aplicação de R$ 1,64 trilhão e saques de R$ 1,616 trilhão. O patrimônio atual da poupança está em R$ 662,7 bilhões, novo recorde, de acordo com os dados do BC.