Importação de energia - Copel antecipa fim de contrato

O contrato de compra de energia da Cien, que importa energia da Argentina, pela Copel, deve terminar em 31 de dezembro. Segundo a empresa, foi realizado um aditivo ao contrato em janeiro de 2007 que reduziu de 400 MW para 175 MW médios a energia disponível da Cien para a Copel. A Argentina vive uma crise energética e se transformou em importadora do insumo do Brasil. O contrato com a Cien, originalmente firmado em 1998, foi repactuado em 2003. Na época, o valor contratato foi reduzido de 800 MW para 400 MW e os preços "considerados abusivos" pela direção da empresa foram alinhados aos valores de mercado no Brasil e passaram a ser corrigidos segundo critérios da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O acerto de 2003 previa a redução do prazo de 20 para 7 anos. (CR)

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O Paraná representará papel estratégico no aumento da integração energética do Brasil com a Argentina, segundo analistas. "Sem dúvida o estado, por sua posição geográfica e infra-estrutura, pode ser um caminho preferencial para a interligação energética entre os dois países, com investimentos em ampliação de circuitos e linhas de transmissão", diz Ivo Pugnaloni, diretor da consultoria Enercons, especializada no setor de energia. Na área de gás natural, uma possibilidade é o estado ser incluído no traçado do projeto do gasoduto do Sul, que deve integrar a Venezuela ao Brasil e ser ampliado para outros países do Mercosul.

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A interligação energética dos dois países, um dos temas da visita da presidente eleita da Argentina, Cristina Kirchner, ao Brasil, tem especial interesse para o país vizinho, que vive uma crise no setor desde 2004. Esse ano, o marido de Cristina e atual presidente, Néstor Kirchner, teve que reduzir a oferta de gás e de energia para o setor industrial e fez as importações de energia do Brasil baterem recorde. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), a Argentina comprou do Brasil um total de 700 MW médios, com pico de 1000 MW durante o inverno.

Hoje a integração energética entre os dois países é feita pelas estações Garabi I e Garabi II, no Rio Grande do Sul, que pertencem à Companhia de Interconexão Energética (Cien), do grupo Endesa. São duas estações conversoras de 50 Hz e 60 Hz, com capacidade total de 2.200 MW. Uma outra central, de pequeno porte, de 50 MW, está localizada em Uruguaiana, também no Rio Grande do Sul.

Na época, o ONS autorizou o aumento da geração térmica da UEG Araucária (de 300 MW para 450 MW) e de 100 MW da térmica Igarapé, da Cemig. Essa estrutura é, pelo menos por enquanto, mais do que suficiente para atender a demanda do país vizinho, que no auge da crise, chegou a utilizar 50% da capacidade. O Brasil não importa energia da Argentina desde 2004.

Cristina Kirchner também quer aumentar os investimentos da Petrobrás na Argentina e pensa em fazer uma parceria estratégica com a estatal brasileira. Segundo o professor de economia Hugo Meza Pinto, do UnicenP, a descoberta da reserva Tupi, coloca o Brasil e a Petrobrás em uma situação mais "confortável" nas negociações entre integração energética com seus vizinhos. Mas ele ressalta que terá de haver um alinhamento "político" entre os países para que os projetos possam ser viáveis.