Indústria no Sudoeste do Paraná: produção industrial cresceu 5% em dez meses| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Comércio exterior

Exportações terão ano mais difícil, diz associação

O ano de 2014 promete ser mais difícil para as exportações paranaenses. É o que indica uma estimativa feita pela Gazeta do Povo a partir de projeções da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Para a entidade, as receitas brasileiras com produtos básicos vão cair 0,3% em 2014, e as vendas de semimanufaturados vão baixar 5%. O faturamento com os embarques de manufaturados, por sua vez, deve aumentar 1,2%.

Se os embarques dos principais produtos exportados pelo Paraná tiverem desempenho similar ao esperado pela AEB para as exportações brasileiras desses mesmos itens, o faturamento do estado com as vendas de produtos básicos deve cair 13% em 2014. As receitas com semimanufaturados, por sua vez, podem baixar 9%. Os manufaturados devem ser os únicos a crescer, mas menos de 1%. O motivo para o desempenho mais fraco do estado é que algumas das mercadorias mais relevantes de sua pauta devem sofrer queda no volume embarcado ou no preço, ou em ambos. A AEB espera reduções nas receitas com produtos como soja em grão (-7,7%), farelo de soja (-7,2%), óleo de soja (-12,5%), carne de frango (-8,1%), milho (-55,9%), açúcar bruto (-13,4%) e refinado (-10,2%), etanol (-10,6%), café solúvel (-0,6%), papel (-3,6%) e automóveis (-5,6%).

Por outro lado, deve subir o faturamento dos embarques de carne suína (16,1%), madeira serrada (1,4%), autopeças (3,2%), motores para veículos (5,5%), veículos de carga (10,2%), tratores (16,7%), chassis (16,2%), máquinas e aparelhos agrícolas (7%) e móveis (13,7%). "Indicadores de mercados mostram as commodities com viés de baixa contínua e suave, porém, sinalizando manutenção das quantidades embarcadas em 2013", afirma a AEB. "Em contrapartida, produtos manufaturados serão influenciados pela maior taxa cambial. Porém, a retração e a restrição em mercados de destino (Argentina e Venezuela) poderão limitar os benefícios propiciados pela maior competitividade."

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A economia paranaense deve crescer 5% no ano que vem, resultado ligeiramente melhor que o esperado para este ano. A estimativa é do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), para quem o Produto Interno Bruto (PIB) estadual vai fechar 2013 com uma expansão entre 4,7% e 4,9%.

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INFOGRÁFICO: Em 2014, economia paranaense vai completar cinco anos de crescimento acima da média nacional

"Se a economia mundial parar de piorar e o governo federal parar de atrapalhar, devemos ter em 2014 um resultado até melhor que o deste ano", disse ontem o diretor-presidente do Ipardes, Gilmar Mendes Lourenço, referindo-se ao que ele classifica de erros na política econômica do governo Dilma Rousseff.

As expectativas sugerem que o estado terá, novamente, um crescimento mais forte que o da economia brasileira. Bancos e consultorias ouvidas semanalmente pelo Banco Central preveem que o PIB nacional vai crescer 2,3% neste ano e 2% em 2014. Se essas previsões se concretizarem, o Paraná vai completar meia década de expansão acima da média brasileira.

As estimativas do Ipardes têm como base uma série de indicadores oficiais, e em grande parte deles o Paraná tem mostrado mais vigor que o restante do país. Recuperando-se da forte queda do ano passado, a produção industrial do estado, medida pelo IBGE, cresceu 5% de janeiro a outubro, bem acima da média nacional (1,6%). Também segundo o IBGE, no mesmo intervalo as vendas do comércio aumentaram 6,6% no Paraná e 3,4% no Brasil todo. As exportações paranaenses, por sua vez, cresceram 3,3% nos 11 primeiros meses do ano, enquanto os embarques do país baixaram 0,7%.

Pilares

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Segundo Lourenço, a expansão do PIB paranaense, neste ano e no próximo, se sustenta em três pilares: a recuperação da renda do agronegócio, a vitalidade do mercado de trabalho e a execução de investimentos anunciados nos últimos anos. Segundo o governo estadual, ao qual o Ipardes é ligado, o programa de incentivos fiscais Paraná Competitivo atraiu R$ 26 bilhões desde 2011.

"O impacto do Paraná Competitivo em 2013 se deu principalmente no campo do emprego, com a construção de fábricas. Em 2014 e 2015, o efeito deve vir mais do início da produção dessas empresas, que também vão movimentar fornecedores com a compra de insumos", diz Lourenço. "Além disso, o destravamento dos empréstimos solicitados pelo governo deve permitir novos investimentos."

Paralisação da Repar afeta resultado da indústria

A paralisação da Repar, em Araucária (Região Metropolitana de Curitiba), pode baixar a produção industrial paranaense neste fim de ano. Atingida por um incêndio em 28 de novembro, a refinaria só deve voltar a operar amanhã.

O efeito da interrupção deve ser significativo porque a produção de combustíveis – que inclui os resultados das usinas de etanol – responde por 17,5% de todo o valor agregado pela indústria estadual, segundo o IBGE. No Paraná, o peso desse setor para o PIB industrial é inferior apenas ao das indústrias automotiva (21%) e de alimentos (19,7%).

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"Tínhamos uma expectativa de forte aquecimento da indústria neste fim de ano, mas ela será afetada por essa paralisação. De todo modo, essa questão já está embutida na nossa previsão para o PIB estadual", disse o diretor-presidente do Ipardes, Gilmar Mendes Lourenço.