O preço da gasolina, que se manteve estável neste ano, pode cair em 2009 por conta da redução do petróleo no mercado internacional, informou nesta quinta--feira (18) o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, por meio da ata de sua última reunião. Antes do agravamento da crise financeira internacional em setembro, o barril de petróleo chegou perto de US$ 150 e, neste momento, oscila em torno de US$ 40 (cotação do mercado londrino).

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"Não obstante, a despeito da considerável incerteza inerente às previsões sobre a trajetória dos preços do petróleo, o cenário central de trabalho adotado pelo Copom, que prevê preços domésticos da gasolina inalterados para o acumulado de 2008, permanece plausível, mas, a persistir o quadro atual do mercado de petróleo, não parece prudente descartar por completo a hipótese de que ocorram reduções de preços em 2009", informou o Copom, por meio de sua ata. O BC não informou de quanto poderia ser a redução do preço.

O Comitê, que é formado pela diretoria e presidente do BC, avaliou, porém, que os preços do petróleo continuam altamente voláteis (com forte variação), mas recuaram de "forma expressiva" desde o mês de outubro. "A incerteza que envolve essas cotações [do petróleo] é marcadamente elevada, uma vez que o cenário prospectivo depende da evolução da demanda, especialmente nas economias emergentes, da resposta da oferta aos estímulos derivados de mudanças de preços relativos ocorridas, além das questões geopolíticas que atuam sobre os preços dessa mercadoria", informou.

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O BC avaliou, porém, que independentemente do comportamento dos preços domésticos da gasolina, a redução dos preços internacionais do petróleo pode eventualmente se transmitir à economia doméstica tanto por meio de cadeias produtivas como a petroquímica, quanto pelo efeito potencial sobre as expectativas de inflação. "Os preços de outras commodities também mostraram reduções importantes desde a última reunião do Copom, reagindo tanto ao maior pessimismo sobre as perspectivas para o crescimento da economia mundial, quanto à continuidade da turbulência nos mercados financeiros globais", concluiu.

Também na ata do Copom, o Banco Central informou que, embora tenha mantido a taxa de juros estável em 13,75% ao ano, considerou reduzí-la para 13,50% ao ano, o que indica que pode optar por um corte de juros na reunião do Copom de janeiro.