O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China subiu 5,3% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados hoje pelo governo. O resultado indica uma leve desaceleração ante a taxa de março, de 5,4%. Economistas esperavam alta de 5,2% em abril.
O Escritório Nacional de Estatísticas informou ainda, em comunicado, que usando os antigos pesos na cesta de itens do CPI a inflação anual de abril teria ficado em 5,4%. O órgão mudou a ponderação dos componentes usados no cálculo do CPI a partir de janeiro, reduzindo o peso dos preços dos alimentos com alta acelerada e aumentando o peso dos itens ligados ao setor imobiliário, entre outras mudanças.
Os preços dos alimentos subiram 11,5% em abril ante o mesmo mês do ano passado, abaixo da elevação de 11,7% verificada em março, enquanto os preços dos itens não alimentícios aumentaram 2,7%, a mesma variação apurada em março.
Preços ao produtor
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da China, uma medida das pressões inflacionárias no atacado, teve alta de 6,8% em abril, em relação ao mesmo mês de 2010, abaixo do aumento de 7,3% verificado em março. Economistas previam taxa de 7% em abril.
Já o crescimento da produção industrial desacelerou mais rapidamente do que o esperado, despertando o temor sobre o ritmo de recuperação da segunda maior economia do mundo. A produção industrial de valor agregado cresceu 13,4% em relação a abril de 2010, abaixo da mediana das projeções dos economistas, de expansão de 14,5%, e do aumento de 14,8% verificado em março.
"A desaceleração começou, como refletido nos números da produção industrial", disse o economista Stephen Green, do banco Standard Chartered. "Contudo, a economia não aparenta sua desaceleração de forma agressiva." Vários analistas advertiram que novas medidas de aperto monetário podem ser iminentes.
"O crescimento dos empréstimos ainda é muito rápido, de modo que o PBOC (Banco Povo da China, o banco central do país) pode precisar aumentar o depósito compulsório outra vez para limitar a capacidade de empréstimo dos bancos", afirmou Ma Xiaoping, economista do HSBC.
Empréstimos
Dados divulgados pelo PBOC mostraram ainda que as instituições financeiras chinesas concederam 739,6 bilhões de yuans em empréstimos no mês de abril, acima dos 679,4 bilhões de yuans de março e da expectativa dos economistas, que era de 725 bilhões de yuans.
Porém, o crescimento da oferta monetária se desacelerou, com o M2, a medida mais ampla da oferta de dinheiro, em alta de 15,3% no fim de abril na comparação com um ano antes, abaixo do aumento de 16,6% registrado no fim de março e da expectativa dos economistas, de alta de 16,5%.
O investimento em ativos fixos em áreas não rurais, indicador observado de perto sobre a atividade do setor de construção, aumentou 25,4% no período de janeiro a abril, na comparação com um ano antes, depois da alta de 25% no período de janeiro a março. Os economistas haviam previsto um aumento de 24,9%. As vendas no varejo em abril cresceram 17,1% ante as do mesmo mês do ano passado. Em março, na mesma base de comparação, a alta foi de 17,4%.