A prefeitura de Curitiba deu um ultimato às empresas de telefonia celular e de TV a cabo. Elas têm até três meses para regularizarem o compartilhamento de cabos que passam pelos postes de Curitiba. No Centro, o prazo é de até dois meses. Caso não o façam, estão sujeitas ao menos a R$ 610 de multa por poste, valor que pode ser dobrado em caso de reincidência, ou até mesmo à retirada da fiação, o que seria comunicado aos usuários por meio de panfletos ou carros de som. A ideia, segundo o secretário municipal de governo, Ricardo Mac Donald Ghisi, é acabar com "os ninhos de urubu que atrapalham a vida dos curitibanos".
A decisão foi anunciada nesta terça-feira (10), em reunião com representantes da Copel, Ministério Público, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e 18 das 19 operadoras de televisão a cabo e telefonia celular que funcionam em Curitiba. "Atualmente, quando um fio fica caído, a empresa não o recolhe para tentar prejudicar a concorrência. Isso tem que acabar. As companhias terão 30 dias para recolher esse fio em nossos depósitos e, caso não venham, o cabo vira sucata", explica Ghisi. A fiscalização será feita por um dos dois grupos de trabalho criados pela prefeitura.
O outro terá a responsabilidade de pesquisar formas mais interessantes de cabeamento pela cidade. Entre as possibilidades, estão o uso compartilhado de um mesmo cabo ou até o enterramento de fios, o que evitaria uma série de problemas, como quando veículos altos os arrancam acidentalmente. "Espero receber resultados e estudos entre 60 e 90 dias", comenta o secretário.
Como já mostrado pela Gazeta do Povo, dois terços dos postes do Paraná são compartilhados pela Copel e por companhias de telecomunicações. O compartilhamento, no entanto, não é nada pacífico, e a briga por espaço prejudicam os usuários no estado.