Em uma tentativa de segurar a especulação em torno do desaquecimento da economia da China, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, afirmou nesta quarta-feira (9) que o país afastou os principais riscos ao seu sistema financeiro e suas perspectivas econômicas continuam positivas.
“O governo adotou medidas para estabilizar os mercados e evitar que os riscos se espalhem, excluímos a possibilidade de quaisquer riscos sistêmicos”, disse Li durante discurso no Fórum Econômico Mundial.
Uma série de dados econômicos fracos combinados com a surpreendente desvalorização do yuan pela China e fortes variações nos preços de ações chinesas impactaram mercados pelo mundo todo durante o mês passado.
Li admitiu que a economia chinesa enfrenta pressões, mas tentou aliviar preocupações de que após anos de crescimento econômico a ritmos muito acelerados a economia está caminhando para um pouso forçado.
“Há uma estabilidade geral no desempenho econômico da China apesar de certa medida de moderação. Existe uma tendência no geral positiva apesar das dificuldades que enfrentamos”, disse ele, acrescentando que Pequim fará “ajustes finos” em suas políticas para fornecer mais suporte.
Nesta quarta-feira, o Ministério das Finanças da China afirmou que irá acelerar grandes projetos de construção de infraestrutura e reformas em seu sistema tributário para ajudar a estimular a economia.
O governo chinês prevê que a economia crescerá cerca de 7% em 2015, uma desaceleração relativamente pequena do ritmo ante a taxa que registrou nos últimos anos.
No entanto, a medida inesperada para enfraquecer o yuan em agosto levou a temores de que Pequim poderia estar pensando que a economia está desacelerando mais do que haviam indicado, fazendo com que muitos investidores apostassem que a moeda passaria por uma série de desvalorizações.
Li reiterou a posição da China de que a desvalorização foi uma reforma com o objetivo de permitir que os mercados tenham um papel maior sobre o valor da moeda, mas disse que espera que ela continue estável daqui em diante.
“Acreditamos que não exista uma base para a contínua depreciação do iuan pois a China tem um grande montante de reservas internacionais”, disse ele.
Dados publicados na segunda-feira mostraram que as reservas internacionais da China tiveram uma queda recorde em agosto com autoridades buscando evitar que a moeda enfraquecesse mais.
Li acrescentou que a China não quer ver uma guerra cambial. “Se uma guerra cambial realmente acontecer, ela apenas irá prejudicar a China”, acrescentou Li. “A contínua desvalorização do iuan definitivamente não leva a que a moeda se torne internacionalizada. Essa não é nossa preferência de política”.
Li negou que a série de medidas de política adotadas pela China nas últimas semanas para conter a especulação nas ações afetam as promessas de que Pequim irá abrir seus mercados de capitais, dizendo que investidores estrangeiros ainda são bem-recebidos no país.
“Vamos continuar a afrouxar o acesso ao mercado para que bancos privados e companhias estrangeiras entrem no setor financeiro”, disse ele.
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