O premiê da Irlanda, Brian Cowen, anunciou na noite desta segunda-feira (22) que vai dissolver o Parlamento após aprovar o próximo Orçamento do país, que vai implantar o pacote de ajuda financeira da União Europeia e do FMI ao país.
"É minha intenção, quando concluir o processo orçamentário com a promulgação da legislação no próximo ano, buscar a dissolução do Parlamento e permitir ao povo determinar quem ele quer que assuma a responsabilidade do governo no exigente período que temos pela frente", disse diante do Parlamento.
O anúncio ocorre poucas horas depois de Cowen ter sido pressionado por líderes dos partidos oposicionistas Fine Gael e Trabalhista, que queriam a dissolução imediata do Parlamento e a convocação de eleições gerais o mais rápido possível.
Mas Cowen descartou pedir demissão já e convocar eleições antecipadas imediatamente, e disse que só fará isso provavelmente no início de 2011, depois que o Parlamento aprovar a implementação do pacote, que deve ser apresentado aos legisladores em dezembro.
As pressões oposicionistas ocorreram um dia depois de o governo de Cowen, do partido Fianna Fail, ter anunciado que o país vai pedir uma discutida ajuda financeira à União Europeia e ao FMI, por conta da grave crise econômica que atravessa.
Analistas acreditam que tanto o Fine Gael como os trabalhistas possam integrar um novo governo após as novas eleições.
Mais cedo, o Partido Verde, sócio minoritário na coalizão de governo, já havia pedido eleições gerais antecipadas para janeiro de 2011.
O pedido foi feito pelo presidente do partido, John Gormley, que também é ministro do Meio Ambiente. Ele afirmou que os cidadãos se sentem "enganados e traídos".
O governo do primeiro-ministro Brian Cowen dispõe atualmente de uma frágil maioria de três cadeiras na Câmara de Deputados, contando com seis representantes do Partido Verde.
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