O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, abandonou nesta quinta-feira (29) o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, após uma discussão com o presidente de Israel Shimon Peres sobre a ofensiva israelense na Faixa de Gaza. Erdogan ficou furioso após ter tido o microfone cortado por um moderador no painel, enquanto ele, Peres e outras pessoas discutiam a crise no Oriente Médio. O microfone do líder turco foi cortado e Peres fez um veemente monólogo ao defender a ofensiva de Israel. Erdogan então gritou para Peres: "Vocês estão matando pessoas em Gaza". Peres, com o dedo indicador em riste, respondeu a Erdogan que ele faria o mesmo se foguetes fossem lançados contra Istambul, maior cidade da Turquia.

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Erdogan jurou nunca mais voltar a Davos. Mais cedo, Erdogan disse em Davos que o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, precisa redefinir o que é o terror e o terrorismo no Oriente Médio, e usar essa redefinição como base para a política norte-americana. A Turquia teve um papel importante ao tentar mediar a paz entre Israel, a Síria e os palestinos. O enviado do governo Obama para o Oriente Médio, George Mitchell, estará na Turquia para conversações com Erdogan no domingo.

Erdogan, na sua mensagem a Obama, aparentemente se referia ao grupo palestino Hamas e ao grupo xiita libanês Hezbollah. A Turquia tem funcionado como interlocutora em conversações políticas entre países ocidentais e os dois grupos. Como um país secular, embora de maioria islâmica, que pertence à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a Turquia pretende aderir à União Europeia.

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Em outra sessão hoje em Davos, o político israelense Benjamin Netanyahu, líder do Partido Likud (direita), disse que evitar que o Irã obtenha armas nucleares é um desafio mais importante para os líderes que vencer a crise econômica mundial. Ex-premiê de Israel, Netanyahu defende a linha-dura com os palestinos. Ele participou de um painel com o líder do Partido Conservador da Grã-Bretanha, David Cameron. Israel terá eleições gerais em 10 de fevereiro e o Likud é favorito nas pesquisas de opinião.

Netanyahu, que também já foi ministro de finanças de Israel, acredita que a crise econômica mundial é reversível, se os governos, empresários e populações tomarem as decisões certas.

"O que não é reversível é a aquisição de armas nucleares por um regime de fanáticos religiosos. Nós nunca tivemos isso no mundo, desde o nascimento da era nuclear, nunca armas nucleares estiveram nas mãos de um regime de fanáticos", ele declarou.

O Irã nega que seu programa nuclear busque o desenvolvimento de armas atômicas. Netanyahu disse que, se o Irã for "neutralizado" a ameaça do Hamas e do Hezbollah a Israel será reduzida.

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