A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, divulgou nesta terça-feira um pacote de propostas para lidar com o impacto da crise financeira global, buscando proteger postos de trabalho e encorajar a repatriação de depósitos em bancos estrangeiros.
Cristina afirmou que enviará ao Congresso um projeto de lei que concederá incentivos fiscais e outros benefícios financeiros às empresas que gerarem novos empregos ou registrarem seus trabalhadores temporários.
"(Essa crise) vai demandar um grau sem precedentes de articulação, coordenação e eficiência entre os setores público, privado e sindicalista", afirmou a presidente em discurso a líderes empresariais.
"O objetivo fundamental que todos deveríamos ter é de sustentar a atividade econômica e o nível de emprego, hoje mais do que nunca", acrescentou.
Ela ainda afirmou que o projeto de lei, que será enviado ao Congresso na quarta-feira, também inclui uma proposta para encorajar os argentinos a repatriar depósitos feitos no exterior, através de vários incentivos para o capital que for investido em infra-estrutura, bens imobiliários e títulos do governo.
O governo também vai criar um ministério para estimular as exportações argentinas.
O governo argentino demorou mais que seus vizinhos para reconhecer que a crise financeira global poderia afetar o boom dos últimos cinco anos da terceira maior economia da América Latina.
O ministro da Economia, Carlos Fernández, no entanto, mencionou esta semana que o próximo ano apresentará uma desaceleração nas taxas de crescimento, que registraram 8,5 por cento em cada um dos cinco últimos anos. Apesar disso, ele descartou a recessão.
Líderes empresariais demonstraram preocupação pelo fato de o peso argentino ter se tornado menos competitivo nos últimos meses pelo fato de outros países da região terem permitido que suas moedas se enfraquecessem mais frente ao dólar dos Estados Unidos.
Cristina, no entanto, não fez qualquer menção a uma mudança na política de relações exteriores do país.