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Mathias Müller, CEO da Volks, pediu desculpas a acionistas por ter “traído sua confiança na Volkswagen”. | JOHN MACDOUGALL/AFP
Mathias Müller, CEO da Volks, pediu desculpas a acionistas por ter “traído sua confiança na Volkswagen”.| Foto: JOHN MACDOUGALL/AFP

O presidente da Volkswagen, Matthias Müller, pediu desculpas aos acionistas do grupo nesta quarta-feira (22) pelo escândalo da fraude em testes de emissões poluentes, que provocou uma grave crise na montadora alemã.

“Em nome do grupo Volkswagen (...) peço desculpas a vocês, os acionistas, por ter traído sua confiança na Volkswagen”, disse em seu primeiro encontro com os acionistas, nove meses depois da explosão do escândalo.

Os executivos do grupo Volkswagen enfrentam nesta quarta-feira as perguntas e as críticas dos pequenos acionistas na primeira assembleia geral do grupo desde que a montadora admitiu, em 2015, ter manipulado os motores de 11 milhões de veículos a diesel para que apresentassem resultados menos poluentes do que tinham na realidade.

Para se recuperar dos efeitos financeiros da crise, a empresa estuda empacotar seus negócios de componentes e revisar seu portfólio em uma possível venda de ativos.

A revisão vai abranger as 12 marcas da Volks (Volkswagen, Seat, Audi, Porsche, Skoda, entre outras) e negócios como motores para embarcações, enquanto a fabricação de componentes seria reunida em uma só entidade, afirma a Bloomberg, citando fontes familiarizadas com as mudanças.

Na quinta-feira passada (16), a empresa anunciou que lançará mais de 30 modelos de carros elétricos nos próximos 10 anos, em uma tentativa de posicionar a montadora como líder dos transportes ecológicos.

Crise

Durante os três primeiros meses do ano, o grupo registrou um lucro líquido atribuído de 2,306 bilhões de euros, 20,1% menos que no mesmo período em 2015.

As vendas da Volkswagen caíram 1,2% no primeiro trimestre e totalizaram 2,57 milhões de veículos, enquanto o faturamento registrou queda de 3%, para 51 bilhões de euros.

A Volks divulgou perda recorde no ano passado após separar 16,2 bilhões de euros para cobrir custos do escândalo. Os resultados trimestrais publicados nesta terça-feira não incluem mais provisões para o escândalo.

A crise começou em setembro do ano passado, quando a Volkswagen admitiu ter instalado o software manipulador em 11 milhões de veículos diesel em todo o mundo.

O sistema é capaz de detectar quanto um carro está sendo testado em laboratório, e de reduzir as emissões de óxidos de nitrogênio, um poluente associado a problemas de saúde.

As autoridades regulatórias dos Estados Unidos determinaram que as emissões de poluentes nas ruas são até 40 vezes maiores do que as demonstradas em testes. A Volkswagen controla também as marcas Audi e Porsche, e a SEAT e Skoda, na Europa.

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