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Sonhar com um dólar mais valorizado em 2007 é permitido. Mas acreditar que a moeda vá sair dos atuais R$ 2,13 para o ideal médio de R$ 2,50 traçado por diferentes setores da economia já é querer demais. Há seis semanas a taxa de câmbio prevista por analistas de mercado para fechar 2007 era de R$ 2,25, conforme mostra o mais recente relatório de mercado divulgado semanalmente pelo Banco Central. Em janeiro, segundo o mesmo levantamento, a moeda não deve passar de R$ 2,17.

"É provável que o governo brasileiro faça pequenas compras, ações tímidas para manter patamar do dólar em torno de R$ 2,10, até R$ 2,20. Se não tivesse agido assim este ano, a moeda estaria na casa dos R$ 1,90", avalia o professor de Teoria e Prática Cambial do UnicenP, Luiz Ramos da Silva. Ele explica que a moeda norte-americana vem sofrendo desvalorização por conta da entrada de muitos recursos em dólar com as exportações e investimentos diretores e indiretos em moeda estrangeira, impulsionados pela queda do risco-país. "Só nosso saldo comercial este ano é de US$ 45 bilhões", lembra.

Para o professor, a economia brasileira vem apresentando um amadurecimento, sem grandes interferências do governo no câmbio. "Quando há ingerência os grandes investidores fogem e faltam recursos para o país crescer", avalia. Silva diz que, apesar de tornar os produtos brasileiros mais caros lá fora, o dólar desvalorizado tem um efeito positivo. "Tem um bom efeito psicológico. Mostra aos produtores que eles estão inseridos num contexto internacional, que devem ser competitivos não só em termos de preço. É preciso procurar não só produção, mas produtividade", destaca.

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