A crise econômica parece não assustar a seguradora Previsul. A empresa, especializada em seguros de vida, planeja crescer 36% neste ano, quase o triplo da expansão de 2014, quando a receita subiu 13%, para R$ 136 milhões. Entre as explicações para tanto otimismo estão o crescimento do mercado segurador, que anda “descolado” do desempenho geral da economia, a ascensão da classe média – ainda ela – e a ampliação da base de corretores.
QUEM É
A Previsul foi fundada em 1906 em Porto Alegre, onde ainda fica sua sede. Foi comprada em 2006 pelo grupo paranaense Consulfac, que em 2013 vendeu 70% do negócio à Caixa Seguros. Apesar do nome, a Caixa é minoritária (com 48%) na seguradora que leva seu nome. A controladora é a francesa CNP Assurances, com 51%.
Segundo a CNSeg, confederação que reúne as seguradoras, o setor cresceu 11% no ano passado e deve avançar 12% neste ano. “Hoje 5% da população brasileira tem algum tipo de seguro de vida. No longo prazo, há espaço para chegar a 20%, tranquilamente”, avalia Renato Pedroso, diretor de negócios da Previsul.
SELIC AJUDA
Para Renato Pedroso, diretor de negócios da Previsul, a alta da Selic pode baratear o custo dos seguros. É que parte importante da receita das seguradoras é financeira, e vem da aplicação de recursos em títulos públicos remunerados pela taxa básica de juros. “Quando a receita financeira sobe, a empresa pode abrir mão de parte da receita operacional”, diz.
Muito embora a estagnação econômica e o avanço do desemprego assombrem a classe média que emergiu a partir da década passada, o executivo ainda vê possibilidade de ganhar terreno com esse público.
A expectativa se deve, em parte, ao vínculo com a Caixa Seguros, controladora da Previsul desde 2013, com 70% de seu capital – os outros 30% são da paranaense Consulfac, uma gestora de participações. “A Previsul ainda deve surfar por algum tempo na assinatura da Caixa Seguros. Além de ser uma marca conhecida, ela dá credibilidade e serve de ímã para o corretor”, explica Pedroso.
A ampliação da parceria com corretores é prioridade. Em pouco mais de um ano, o número de credenciados subiu de 2,6 mil para 3,4 mil, e deve continuar aumentando. “No Brasil, existem quase 90 mil corretores de seguros de vida. Temos muito a expandir”, diz Pedroso. Uma das iscas para conquistar parceiros é uma campanha de vendas que vai premiar os 20 principais vendedores do ano com uma viagem para o Chile.
Segundo o executivo, a Previsul não tem os seguros de vida mais baratos, mas tem a vantagem de ser especialista na área. “Conseguimos oferecer produtos muito mais aderentes, mais apropriados para cada tipo de cliente, do que as seguradoras que atuam em todos os segmentos”, diz.
As modalidades que vão puxar o crescimento da empresa neste ano, prevê Pedroso, são os seguros de vida em grupo voltados a pequenas e médias empresas – “da padaria da esquina à empresa de 600 funcionários” – e os seguros prestamistas, que garantem a quitação de um financiamento em caso de morte ou invalidez do segurado.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast